Mais de 20 países do sul do oceano Pacífico - inclusive Chile, Colômbia, Equador e Peru - assinaram acordo na cidade chilena de Renaca para tentar pôr fim a este método de pesca que destrói recifes de coral e sufoca a fauna marinha ao espalhar sedimentos depositados no solo. A proposta para o controle desse tipo de pesca foi apresentada pela Nova Zelândia, responsável por 90% dessa indústria, que movimenta milhões de dólares.
Observadores e sistemas de monitoramento vão garantir que os barcos pesqueiros fiquem a uma distância de cinco milhas náuticas (o equivalente a 9,26 quilômetros) de ecossistemas marinhos em risco. O Pacífico Sul abriga os últimos exemplares intocados do ambiente marinho profundo e se estende do Equador à Antártida e da Austrália à costa oeste da América do Sul.
O acordo, que entra em vigor no dia 30 de setembro, foi elogiado pela Coalizão para a Conservação das Profundezas do Mar, formada por grupos de conservação da natureza e por ambientalistas. "Este é um grande passo para a proteção da biodiversidade no alto mar", disse Matthew Gianni, porta-voz da organização.
Gianni acredita que este pode ser o primeiro passo para implementar uma resolução da Organização das Nações Unidas aprovada em dezembro e que pede a adoção de "medidas preventivas" para garantir que a prática de pesca com as pesadas redes no fundo do mar não cause danos significativos ao ambiente marinho. No mês passado, cientistas advertiram que não haverá mais peixes no mar em menos de 50 anos se a atual prática de pesca excessiva continuar.
O novo acordo foi feito entre membros da Organização Regional de Gerenciamento da Pesca no Pacífico Sul, que inclui Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Ilhas Cook, Equador, Comissão Européia, Micronésia, França, Japão, Nova Zelândia, Niue, Palau, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia, Coréia do Sul, Ucrânia, Estados Unidos e Vanuatu.
(BBC Brasil, 05/05/2007)