A energia nuclear apresenta uma série de desvantagens: é a mais cara dentre todas as fontes de energia existentes e ao custo elevado se somam as questões da segurança, da viabilidade e da destinação dos resíduos.
O alerta é do coordenador da Campanha do Clima do Greenpeace do Brasil, Luís Piva, que acrescentou: "Ao mesmo tempo, os recursos potenciais de serem empregados na construção dessa tecnologia podem ser perfeitamente alocados em projetos de energia renováveis e de eficiência energética, onde se tem um rol de energia descentralizado e seguro”.
A energia nuclear foi apontada como uma opção para reduzir o impacto das mudanças climáticas no 4º relatório do Painel Governamental sobre Mudanças do Clima (IPCC) das Nações Unidas, divulgado sexta-feira (04/05), ressalvando porém as questões de segurança e destinação do lixo radioativo.
Para concluir a construção da usina nuclear de Angra 3, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) estima que serão necessários mais US$ 1,8 bilhão. O custo total, incluindo a colocação da unidade em funcionamento, adaptação da malha para fazer chegar eletricidade à casa dos consumidores, entre outras operações, atingiria R$ 17 bilhões.
Na opinião do coordenador, esses recursos poderiam ser utilizados em outras fontes de geração de energia, como por exemplo um parque eólico (gerada por ventos) com o dobro da potência de Angra 3, cuja capacidade prevista é de 1.350 megawatts (MW).
Em relação ao lixo radioativo, Luís Piva afirmou que esse é um problema ainda sem solução. “E, por mais que o governo diga que não é um problema, uma vez que o armazenamento é apropriado, a gente acha que está totalmente errada essa posição. Se construírem outras usinas, haverá o acúmulo, a falta de local apropriado. Além disso, esse tipo de lixo permanece por muito tempo com um potencial muito alto de acidentes e de causar algo pior”, avaliou o ambientalista.
(Por Alana Gandra,
Agência Brasil, 05/05/2007)