A atual legislatura, a Câmara de Vereadores de Florianópolis começou a fazer barulho antes mesmo da posse dos vereadores. Um dos eleitos, Guilherme Grillo (PP), foi preso ainda em janeiro de 2005, após ser em flagrante pela Polícia Civil por escuta clandestina. A vítima, então, era o vereador Juarez Silveira.
Para a maior parte dos vereadores ouvidos pelo DC, o caso foi uma briga entre os dois vereadores, que não teve maior efeito sobre o trabalho e a imagem da Câmara. E, mesmo a prisão de Silveira em novembro de 2006, por contrabando - ao ser flagrado com mais de cem garrafas de uísque e champanhe, adquiridos no Uruguai, em seu carro - é encarada como um fato isolado.
As detenções da Operação Moeda Verde, no entanto, acenderam o alarme. Se comprovado o envolvimento de vereadores no caso, a imagem do Legislativo, entendem, ficará seriamente comprometida.
O líder do PP, Alexandre Fontes, entende que o caso precisa ser investigado pela comissão de Ética da Câmara. E, caso comprovada a culpa dos envolvidos, a Casa deve partir para a cassação.
- Nossa dignidade está em jogo. Se a Polícia Federal agiu como agiu, deve ter bastante material. É preciso que a Comissão de Ética investigue o caso - reforça o líder progressista.
A vereadora Angela Albino (PCdoB) também lembra que os vereadores querem "o que toda a cidade quer", e que os parlamentares acompanharão atentos à conclusão da Operação Moeda Verde. Angela entende que situações como a que o parlamento da Capital está vivendo poderia ser evitada caso o Plano Diretor fosse construído com a participação da sociedade.
(Por Renê Müller,
Diário Catarinense, 06/05/2007)