Várias organizações ambientalistas chilenas anunciaram hoje (6/5) que pedirão que as Nações Unidas revisem a nomeação do ex-presidente Ricardo Lagos como enviado especial para a mudança climática.
Ao mesmo tempo, anunciaram que lançarão uma campanha internacional para alertar "sobre quem é efetivamente" o ex-presidente chileno (2000-2006), acusado de atuar com "desafeto" e "incômodo" em relação às questões ambientais.
Ricardo Lagos foi nomeado no dia 1º pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, enviado especial para a mudança climática junto à ex-primeira-ministra norueguesa Gro Harlem, e o ex-ministro sul-coreano de Relações Exteriores Han Seung-soo.
Os ecologistas afirmaram em entrevista coletiva que, durante seu Governo, Lagos "promoveu políticas contra o meio ambiente".
As organizações lembraram a morte em massa de cisnes-de-pescoço-preto no santuário natural de Río Cisnes, 830 quilômetros ao sul de Santiago, por causa do derramamento de uma fábrica de celulose.
Luis Mariano Rendón, do grupo Acción Ecológica, disse que as Nações Unidas deveriam revisar a nomeação de Lagos.
"Iniciamos uma campanha apoiada em organizações ambientais de outros países para pedir ao secretário-geral das Nações Unidas que reconsidere sua decisão e para que o mundo esteja alerta a respeito de quem é efetivamente Ricardo Lagos, e o que foi que fez durante seu Governo", afirmou Rendón.
"Acredito que, se alguém analisar as palavras de Lagos, se dará conta de que sente uma espécie de fastio, de desafeto pelas lutas ambientais", acrescentou.
Lúcio Cuenca, do Observatório Latino-americano de Conflitos Ambientais (Olca), explicou que o primeiro passo será enviar uma carta ao secretário-geral da ONU, e, o segundo, "montar uma rede de organizações na América Latina e do mundo sensíveis a estes temas e que também trabalham na proteção ambiental".
Além das organizações indicadas, participam da iniciativa a Fundação Terram, o grupo Defendamos a Cidade, os movimentos Ação pelos Cisnes e Anti Pascua Lama, além do centro Ecocéanos.
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EFE - Último Segundo, 06/05/2007)