A água da chuva, depois de tratada, pode ir parar nas torneiras. A água que escorre pelo ralo da pia pode ser utilizada nas descargas dos banheiros.
A da descarga, por sua vez, vai para a irrigação do jardim. E, se sobrar alguns litros, nem que seja o suficiente para encher uma garrafa de refrigerante, já dá para manter o sistema de ar-condicionado funcionando por um dia inteirinho.
Num momento em que o próprio governo estadual já vislumbra um cenário de absoluta falta de água para atender a demanda urbana, industrial e agrícola, São Paulo ainda dá os primeiros passos para diminuir o desperdício. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que 34% da água produzida pela Sabesp se perde por problemas na rede e por ligações clandestinas. Na tentativa de reduzir a discrepância entre oferta e procura, centros de pesquisa e arquitetos estão criando projetos para racionalizar os recursos hídricos e reutilizar a água das residências e escritórios.
"São Paulo consome 70 metros cúbicos de água por segundo, quase uma piscina olímpica", diz o engenheiro ambiental Ivanildo Hespanhol, diretor do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (Cirra), entidade vinculada à Universidade de São Paulo. "Só 25% desse volume é usado para fins potáveis. O potencial de reúso é enorme." Segundo estudos do Cirra, condomínios podem economizar até 40% apenas com a instalação de sistemas que captam a água usada nas torneiras para abastecer as válvulas de descarga. "O princípio pode ser usado na indústria, criando uma fonte barata para abastecer torres de resfriamento ou lavar pisos", diz Hespanhol. "Falta só o incentivo do governo."
Lei para isso já existe. O Programa Municipal de Conservação e Uso Racional da Água determina que todos os imóveis paulistanos criem alternativas para diminuir o desperdício até 2015. Entre as adaptações, estão o uso de equipamentos para economia de água e uso de fontes alternativas (como a captação da chuva). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
importância biológica extremamente alta.
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Agência Estado, 06/05/2007)