O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) defendeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que as responsabilidades para que se reduza o aquecimento global sejam distribuídas entre as nações de acordo com o nível individual de emissão de gases do efeito estufa.
O ministério aponta, como fundamental, a diferença entre as responsabilidades históricas dos países desenvolvidos, que usam combustíveis fósseis desde o século 19 e têm emissões maiores, e aquelas dos países em desenvolvimento.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) anunciou hoje (4/5), na Tailândia, a terceira parte do 4º Relatório de Avaliação. O uso eficiente da energia nos vários setores da economia e o combate ao desmatamento foram destacados como as duas principais formas de limitar os efeitos do aquecimento global.
O relatório fala das medidas pontuais que já são adotadas por alguns países em desenvolvimento. Entretanto, essas medidas são consideradas insuficientes para fazer frente ao dano causado pelo grandes emissores de gases do efeito estufa.
Segundo o Itamaraty, o Brasil já realiza ações que buscam diminuir a emissão de gases do efeito estufa. Alguns exemplos são o uso do etanol como combustível e os esforços para reduzir o desmatamento da Amazônia. De acordo com o órgão, nos últimos dois anos, a taxa de desmatamento da floresta caiu 52%.
O Ministério das Relações Exteriores também destacou que o Brasil busca realizar ações de cooperação internacional para alterar a matriz energética do mundo. O objetivo é diminuir o uso de combustíveis fósseis e utilizar em maior escala fontes mais limpas e renováveis de energia.
“Os países em desenvolvimento vêm fazendo um esforço voluntário para reduzir as emissões, e as ações que Brasil, Índia e China vêm fazendo equivalem à quase totalidade do programa voluntário norte-americano e à 40% das ações da União Européia”, disse o Itamaraty.
Para o governo brasileiro, as negociações sobre a diminuição de emissões devem ser patuadas pela eqüidade, transparência, previsibilidae e definição de critérios claros para o funcionamento dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), uma das ferramentas que regulam a emissão de gases.
(Por Ana Luiza Zenker e Irene Lôbo,
Agência Brasil, 04/05/2007)