Às vésperas do primeiro balanço das ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar "determinado" a resolver os entraves que impedem o início de boa parte das obras de infra-estrutura, segundo um participante do encontro.
Em reunião de três horas no Palácio do Planalto, ele cobrou empenho de sete ministros e presidentes de estatais para evitar que o cronograma de obras fique paralisado. A reunião serviu para Lula enviar mais um recado para a área ambiental do governo. Detalhe: a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não participou.
Na próxima segunda-feira (7/5), a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, fará um balanço do PAC. O governo trabalha para que o programa não seja visto como mais um plano que não saiu do papel. O problema é que obras emblemáticas, símbolos do PAC, como as usinas hidrelétricas do rio Madeira e a ferrovia Transnordestina, ainda não começaram.
Assessores observam, no entanto, que o próprio Lula se empenha para levar os dois projetos adiante. As usinas Santo Antônio e Jirau dependem de licenciamento ambiental do Ibama. Já a obra da ferrovia está paralisada por causa de problemas de desapropriação de terras na Bahia.
Participaram ontem da reunião os ministros Paulo Bernrado (Planejamento), Dilma Rousseff (Casa Civil), Márcio Fortes (Cidades), Alfredo Nascimento (Transportes), Franklin Martins (Comunicação Social), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Silas Rondeau (Minas e Energia). Também participaram do encontro os presidentes da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, do BNDES, Luciano Coutinho, e da Infraero, José Carlos Pereira.
BiocombustíveisNo final desta tarde, Lula recebeu o presidente da Empresa Nacional Portuguesa de Petróleo, Gás e Energia, Manuel Ferreira de Oliveira. A empresa está disposta a importar óleos vegetais para a produção de biocombustível de Portugal.
"Queremos que 50% da nossa necessidade seja suprida com óleo do Brasil", disse Oliveira. Ele anunciou que, no próximo dia 18, assinará dois protocolos com a Petrobras para exploração de petróleo em áreas profundas e importação de óleo vegetal.
(Por Leonencio Nossa e Ana Paula Scinocca,
Agência Estado, 04/05/2007)