Irineu Schneider, presidente da Fepam, decidiu abandonar ontem (3/5) o cargo desgastado pelo tratamento recebido por parte do governo. Ontem à noite, ele afirmou não suportar mais o silêncio do Piratini sobre sua situação enquanto informações eram constantemente vazadas para a imprensa.
- Acho que estava mal conduzida a coisa, houve erro de comunicação dentro do governo e de dentro para fora - lamentou, por telefone, poucos minutos depois de ter chegado a sua casa em Santa Cruz do Sul.
Schneider também se queixou do fato de que se sentiu responsabilizado pelo governo pela assinatura do documento que colocou em vigor a proposta de zoneamento ambiental e despertou revolta entre empresários.
- Isso foi decidido em uma reunião com dois secretários de Estado, juntos decidimos. Mas coube a mim assinar e o próprio governo ficou anunciando que eu fiz, como se fosse por minha conta - disse, referindo-se à reunião de que participaram Vera Callegaro e Nelson Proença.
O ex-presidente admitiu ainda que tinha dúvidas quando assinou o aditamento anulado ontem:
- Eu tinha dúvidas, mas diante das afirmações da área técnica (da Fepam), a própria secretária foi induzida. Não houve má-fé, mas disseram que não haveria problemas.
Ironicamente, foi durante uma apresentação sobre o polêmico estudo que parte dos funcionários da Fepam soube da saída de seu presidente, por volta das 10h30min.
Coube ao presidente da Associação dos Servidores da fundação, Antenor Pacheco, lamentar as sucessivas trocas no comando do órgão:
- Teremos o quarto presidente em quatro meses. É insustentável trabalhar nessas condições.
Conforme assessores próximos, Schneider alegou razões pessoais para requisitar pela segunda vez em poucos dias sua saída da Fepam. Na primeira oportunidade, a secretária o havia convencido a permanecer no cargo. Interinamente, assumiu o cargo a diretora-técnica da Fepam, Maria Elisa dos Santos Rosa.
(Zero Hora, 03/05/2007)