Conhecidas pelo aspecto ecologicamente correto de produzir energia elétrica sem poluir o meio ambiente, as usinas eólicas podem ser mais perigosas do que aparentam para pássaros e outros animais voadores, segundo revelou uma pesquisa. As fazendas de vento dos Estados Unidos são capazes de gerar cerca de 7% da eletricidade do país em 15 anos, mas os cientistas agora parecem gastar mais tempo estudando o impacto que suas hélices cortantes causam em pássaros e morcegos.
O risco para este animais ainda não pode ser mensurado, mostrou um relatório do Conselho de Pesquisa Nacional nesta quinta-feira (03/05), em um estudo encomendado pelo Congresso americano. "Estudos preliminares mostram que o índice de mortalidade de uma população de morcegos em áreas que possuem fazendas de vento é muito maior que em outras áreas", descreve o relatório. "Embora esse dado isolado não revele o impacto que isso pode causar no ecossistema."
As fazendas de vento utilizam grandes hélices ligadas a geradores que produzem energia a partir do movimento de rotação das pás, que podem chegar a medir de 70 a 90 metros de diâmetro e colocadas no topo de torres de 60 a 90 metros de altura. Nas fazendas eólicas são instaladas dezenas, e até centenas, dessas estruturas, espalhadas por 36 dos 50 Estados americanos. Em uma delas, em Altamont Pass, no Estado da Califórnia, há por volta de 5 mil hélices."Nos níveis atuais de utilização dessa fonte, não há evidências de que as mortes causarão mudanças substanciais nas populações demográficas de pássaros", aponta o relatório.
Anualmente, só no território americano, são gerados 11,6 mil megawatts, o que corresponde a apenas 1% da demanda interna. Entre os benefícios da geração de eletricidade está a fonte ecologicamente limpa, que não polui o ar. "Em 2020, as fazendas de vento ajudarão a diminuir em até 4,5% a emissão de gases do efeito estufa." Mas em contrapartida, o ecossistema pode ser irreversivelmente afetado. Além do aumento de mortes em populações de aves, "outros impactos humanos podem ser efeitos em recursos culturais, como sítios arqueológicos (...) e uma potencial interferência em ondas de transmissão de rádio e televisão".
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Associated Press, 03/05/2007)