Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner (Argentina), avançaram nesta sexta-feira na elaboração de uma estratégia comum na área de energia, inclusive de biocombustíveis, revelou o chanceler brasileiro, Celso Amorim. Os presidentes conversaram sobre "uma estratégia comum, não somente sobre biocombustíveis, mas sobre energia de um modo geral", afirmou Amorim ao término da reunião dos dois presidentes na residência de Olivos, na periferia norte da capital argentina. A exploração do álcool como fonte de energia é promovida pelo Brasil, maior produtor sul-americano do combustível elaborado a base de milho e cana-de-açúcar.
Segundo Amorim, Kirchner e Lula também analisaram a agenda que orientará o encontro de ministros da área econômica da região no próximo mês em Quito, cujo tema central deve ser a criação do Banco do Sul, um projeto promovido pelos governos de Argentina e Venezuela. Lula e Kirchner se mostraram tranqüilos antes da reunião e posaram para os fotógrafos, mas não deram declarações e nem divulgaram documento após o encontro. O abraço público de Lula e Kirchner deu a entender que os dois deixaram para trás as divergências sobre a criação do Banco do Sul.
A reunião teve "saldo positivo", limitou-se a dizer Amorim, presente no encontro junto a seu colega argentino, Jorge Taiana, e ao ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido. Após a reunião, Nestor Kirchner e a senadora e primeira-dama argentina, Cristina Fernández, acompanharam Lula em uma breve visita aos jardins da residência presidencial e ofereceram-lhe um almoço.
Lula encerrou na sexta-feira sua visita a Buenos Aires, iniciada na véspera, depois de uma viagem a Santiago do Chile, onde assinou acordos de cooperação com a presidente Michelle Bachelet.
No Chile, Lula reforçou que o Brasil promoverá o uso do álcool como combustível e que "cooperará para garantir a segurança energética e contribuir para a proteção ao meio ambiente".
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Folha online, com informações da France Press em Buenos Aires, 27/04/2007)