Medidas simples de economia de energia, como a troca de lâmpadas ou não encher totalmente a panela também podem cortar as emissões de carbono, segundo um relatório da ONU que será divulgado nesta semana. Os números são significativos: até 2020, cerca de US$ 122 bilhões serão economizados e quase 1 bilhão de toneladas de emissões de dióxido de carbono serão evitadas no mundo todo, com a simples atitude de adotar lâmpadas mais eficientes. O problema é convencer empresas e pessoas só com a justificativa da economia de energia. "Não é muito emocionante", disse Tom Delay, executivo-chefe da Carbon Trust, uma empresa de financiamento público e privado que visa a reduzir as emissões de carbono na indústria britânica.
"Essa justificativa ocupa uma posição desconfortável entre o orçamento de manutenção e o investimento", afirmou. Mas o aumento na eficiência pode cortar em quase 20% o consumo de energia e a emissão de carbono em qualquer tipo de empresa, disse ele. E as mesmas medidas também podem reduzir em um terço as emissões de carbono em construções até 2020, com lucro, segundo o relatório da ONU. Os produtos que permitem a economia de energia estão investindo em sua imagem, de acordo com o Carbon Counter, um guia de economia de carbono. "As lâmpadas fluorescentes eram feias e esquisitas e levavam horas para se aquecer com uma luz azul, meio doentia. Felizmente, elas hoje estão menores e mais elegantes que a alternativa que gasta mais energia", afirma o guia.
E está em andamento uma campanha pelo fim das lâmpadas incandescentes tradicionais. Iniciada pela Austrália em fevereiro, ganhou o reforço dos líderes da União Européia, que querem a extinção das lâmpadas ineficientes até o fim da década. Um dos problemas da economia de energia é que ela é invisível, afirma Nick Robins, que tem quase US$ 100 milhões investidos em empresas de economia de energia. A Agência Internacional de Energia, que assessora 26 países ricos, diz que as medidas de economia podem reduzir as emissões em até 5 trilhões de toneladas, até 2030. Isso provocaria uma economia de cerca de US$ 8 trilhões nas contas de energia elétrica dos consumidores, além de economizar US$ 3 trilhões na construção de usinas de energia que se tornariam desnecessárias.
(Reuters, 02/05/2007)