Uma das mais modernas indústrias de reciclagem de baterias de Santa Catarina está em Água Doce, no Meio-oeste. A Pioneiro Ecometais utiliza tecnologias inéditas no Estado para o procedimento. A empresa tem capacidade suprir toda a necessidade de chumbo para a produção de baterias em Santa Catarina. A produção pode chegar a 1,2 mil toneladas de chumbo por mês, o suficiente para a produção de cerca de 70 mil baterias automotivas. Atualmente, a operação ocupa metade da capacidade instalada. O projeto é do engenheiro Florualdo Lima, que trabalha há 35 anos no desenvolvimento dessa tecnologia comprada pela empresa catarinense. Hoje, apenas seis países – EUA, Rússia, China, México, Colômbia e Brasil – têm este processo. A Ecometais dá destino correto ao produto fabricado por outra empresa do grupo, a Baterias Pioneiro, instalada em Treze Tílias desde 1989.
O processo completo de reciclagem de uma bateria leva cerca de 24 horas. São cinco etapas, desde a chegada do material usado até a parte de apoio, com laboratórios e estação de tratamento. O primeiro passo é a captação e o recebimento das baterias usadas. O material passa por um moinho e é separado em máquina que utiliza o ácido da própria bateria para funcionar. São separados o plástico, o chumbo metálico e o chumbo em forma de óxidos e sulfatos. Nessa etapa, a única interferência humana é na alimentação do moinho.
O destino do plástico é a revenda para outras empresas que reciclam polipropileno. Toda água utilizada na fábrica vai para tanques de decantação e sedimentação. Mais tarde, para lagoas. Depois, é reutilizada. Os gases de combustão do forno são filtrados. Somente ar puro retorna para a atmosfera.
De todo o processo, o único material não reutilizado é a escória (um resíduo que não pode ser reaproveitado) de ferro. O resíduo é depositado em um aterro com proteção para o solo. Quando encher, o aterro precisa ficar fechado com uma manta especial por dez anos.
Processo passo a passo1) As baterias usadas chegam à empresa e são depositadas em um local especial para evitar contaminações. Qualquer líquido que escorra vai para um tanque para ser separado e reaproveitado;
2) Funcionários depositam as baterias em um moinho;
3) Plástico, chumbo metálico e chumbo em forma de óxidos e sulfatos são separados. O ácido da bateria é utilizado no processo para alimentar o moinho. O plástico é vendido para empresas que reciclam prolipropileno;
4) No forno, a 1.200º C o chumbo se transforma em material metálico, refinado e purificado;
5) O chumbo vai para a lingoteira, onde, em forma líquida, é derramado em formas, resfriado, carimbado e empilhado;
As baterias e o meio ambiente- 95% de reciclagem em países desenvolvidos
- 80% de reciclagem no Brasil
A resolução 257/99 do Conama estabelece que lojas que comercializam as baterias são obrigados a aceitar a devolução de peças usadas de qualquer marca e preservar a solução ácida.
(Por Lilian Simioni,
A Notícia, 30/04/2007)