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2007-05-03

O abril de 2007 foi o mais seco no país desde os primeiros registros meteorológicos. Agricultores e guardas florestais estão alarmados. Os habitantes das cidades aproveitam a estação balneária inesperada. Os guardas florestais do estado alemão de Brandemburgo estão preocupados quanto ao perigo de incêndios nas florestas de pinheiros locais em torno de Berlim. O solo arenoso em que crescem seca mais rapidamente do que os de argila e a capital não tem queda pluvial significativa desde 23 de março último.

 

O abril mais seco

Atravessando uma pequena ponte para pedestres sobre o Erpe, um riacho que flui para o rio Spree, o hidroecologista Christian Steinberger constatou com espanto: "A corrente está fluindo ao contrário". No estado da Renânia do Norte-Vestfália, que faz fronteira com a Holanda e a Bélgica, a apreensão também é grande. Em janeiro, uma forte tempestade deixou uma trilha de devastação pelo norte da Europa, e as numerosas árvores derrubadas são uma fonte potencial para incêndios. Trata-se do abril menos chuvoso na Alemanha desde o início dos registros meteorológicos. A maior parte do país esteve seca durante todo o mês e algumas regiões não vêem chuva desde o início de março.

 

O meteorologista Klaus-Peter Wittich assinala paralelos entre as atuais condições e as da seca de 1975, quando o fogo consumiu cerca de 8 mil hectares dos prados de Lüneburg, ao sul de Hamburgo. Diversos fatores entram em jogo, ao lado da escassez de chuvas, como as temperaturas atipicamente elevadas e a velocidade dos ventos. Segundo Wittich, certas regiões da Alemanha, incluindo Brandemburgo, já alcançaram o nível cinco, o mais alto, da "escala de seca".

 

Os agricultores, sobretudo do Leste do país, temem por suas safras de cereais. "Precisamos desesperadamente de chuva", declarou Jens Rademacher, consultor da Associação dos Agricultores Alemães (DBV). Alguns já estão irrigando as plantações de colza e batatas, apesar do baixos níveis dos lençóis freáticos. Os cidadãos urbanos vêem a situação de outra perspectiva, mais ensolarada. Em Berlim, é tempo de mangas curtas e o rio Spree transformou-se na zona balneária da cidade. Funcionários escapam dos escritórios por uma hora ou duas, para "pegar uma cor" às suas margens, munidos de alguma bebida bem gelada.

 

A área próxima à nova estação ferroviária central já foi até apelidada de "Praia da Imprensa Federal", em honra aos diversos grupos de mídia sediados nas imediações do centro político da capital. "Tirei a tarde para apanhar um pouco de sol", confessa Manfred Hausmann, de 58 anos. Diante dele, eleva-se a cúpula de vidro e aço do Reichstag – o prédio do Parlamento alemão. "Há uma bela mistura de pessoas aqui, mas o principal é o bar", comenta.

(Deutsche Welle, 02/05/2007)

 


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