O conservador Nicolas Sarkozy, que está à frente nas pesquisas, deixou claro sua opção pela energia nuclear, que considera "limpa" no que diz respeito á emissão de CO2 para a atmosfera. Já Ségolène Royal, candidata socialista que espera contar com o voto da esquerda e de ambientalistas, se viu pressionada a reconhecer que manterá a energia nuclear, mas que buscará alternativas.
Ao tratar de temas econômicos, Sarkozy referiu-se à semana de trabalho de 35 horas, implantada por um governo anterior de esquerda, como "uma catástrofe generalizada". Ségolène reagiu: "Se foi tão ruim, por que não acabaram com ela?", lembrando que o atual governo conservador teve quase cinco anos para tomar a medida.
Sarkozy não se comprometeu a eliminar as 35 horas mas disse que, se eleito, eliminará os encargos sociais e o imposto de renda cobrados sobre as horas extras.
Na questão da ampliação da União Européia, Sarkozy declarou totalmente contrário à adesão da Turquia ao bloco, enquanto que Ségolène defendeu o prosseguimento das negociações. Sarkozy negou que sua oposição se deva a preconceito contra muçulmanos, e sim porque a Turquia é um país "da Ásia Menor", não da Europa.
No início do debate, Ségolène, lutando para ser a primeira mulher presidente da França, partiu imediatamente para a ofensiva, criticando o desempenho de Sarkozy como ministro do governo de Jacques Chirac.
Sarkozy, tentando passar pelo debate sem sofrer arranhões em sua liderança nas pesquisas, evitou perder a cabeça e acusou Ségolène de "irritar-se facilmente". Dirigiu-se a ela como "madame" e, depois de ser interrompido diversas vezes numa discussão sobre violência e criminalidade, pediu: "Posso responder?"
(Agência Estado, com informações da AFP e EFE, 02/05/2007)