Parlamentares que representam a Metade Sul do Estado na Assembléia Legislativa reagiram ontem (2/5) à decisão da Fepam, órgão vinculado à Secretaria do Meio Ambiente, de reduzir as áreas para o plantio de florestas. Com a posição, o Rio Grande do Sul poderá perder 4 bilhões de dólares em investimentos no setor.
Berfran Rosado, do PPS, afirmou que está ocorrendo inversão de autoridade na questão do florestamento da Metade Sul. Segundo Berfran, é inadmissível que a Fepam tenha o poder de decidir sozinha, determinando o futuro de uma região do Rio Grande do Sul. 'A governadora Yeda Crusius e os partidos aliados foram eleitos para administrar e tomar decisões sobre questões importantes que digam respeito ao Estado', avaliou. O deputado destacou ainda que, ao longo dos últimos anos, a Metade Sul tem apresentado indicadores negativos, tornando-se fundamental a conciliação da preservação ambiental com os interesses sociais e econômicos da região.
Leila Fetter, do PP, afirmou que o florestamento chega em boa hora, pois há muito tempo alternativas à estagnação da economia da região são debatidas. Leila destacou que os projetos das empresas que querem investir no Estado são responsáveis econômica, social e ambientalmente. 'Não podemos abrir mão desses recursos, que a curto prazo representam a luz no fundo do túnel para o Rio Grande do Sul. Alguns critérios exigidos pela Fepam são absurdos', avaliou. Segundo ela, é natural que interesses políticos façam parte do processo, mas deve haver cautela. 'A forma radical como a questão está sendo tratada vai prejudicar o Estado', afirmou a parlamentar.
Marco Peixoto, do PP, disse que o governo precisa agilizar a aprovação dos projetos que irão beneficiar a economia do Rio Grande do Sul. 'Questões políticas não podem prejudicar o Estado. Estamos correndo sério risco de perder investimentos astronômicos', ressaltou Peixoto.
O líder do governo na Assembléia Legislativa, Adilson Troca, do PSDB, afirmou que as empresas de florestamento não trarão prejuízos ao meio ambiente, mas benefícios ao Estado, como a geração de emprego e renda. Defendeu ainda a necessidade de mudança estrutural na Fepam, por meio de contratação de técnicos. 'Apenas as trocas de comando no órgão e na Secretaria do Meio Ambiente não irão alterar o cenário', avaliou. Para ele, os municípios devem ser responsáveis pelos licenciamentos de pequenos e médios investimentos, deixando sob a análise da Fepam somente os negócios que envolverem grandes valores.
(Correio do Povo, 03/05/2007)