Uma grande reportagem publicada neste sábado pelo diário britânico "The Guardian" relata os problemas de poluição enfrentados pelas praias e canais na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
"Ao lado das fétidas margens do canal do Cunha, no Rio, é difícil acreditar que 30 anos atrás esse era um caminho feito por golfinhos, e que há dois séculos a família real portuguesa nadava ali, cercada por intocadas faixas de areia", afirma a reportagem.
O jornal observa que hoje é possível ver por lá coisas como "uma carcaça de um Fusca abandonado em meio à lama preta" e que "o ar é permeado com o cheiro ácido de esgoto que flui a partir do complexo da Maré, uma grande favela não muito longe do aeroporto internacional".
"O canal é um dos afluentes da Baía de Guanabara, ponto principal de uma das cidades naturalmente mais belas do mundo", afirma o jornal, lembrando que o problema afeta também as praias nas áreas mais ricas da cidade.
Algas tóxicas"Em janeiro, uma faixa da praia da Barra da Tijuca foi isolada após algas tóxicas aparecerem na água e, no fim de março, as autoridades retiraram uma tonelada de peixes mortos da Baía de Guanabara", relata a reportagem.
O jornal lembra ainda das chamadas "línguas negras" que aparecem periodicamente nas praias cariocas, além das faixas de espuma, supostamente resultado do despejo de esgoto não tratado, que começaram a aparecer na praia do "chique bairro do Leblon".
A reportagem relata que o novo secretário do meio ambiente do Rio, o ambientalista Carlos Minc, anunciou um plano de R$ 140 milhões para limpar as praias e lagos do Rio. Segundo o jornal, os ambientalistas elogiaram o plano do governo do Rio, mas advertem que "200 anos de poluição não podem ser revertidos em quatro anos de governo".
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Folha online/BBC, 28/04/2007)