Após o anúncio da reestruturação no Ministério do Meio Ambiente, a ONG ambientalista Greenpeace disse esperar eficiência do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e compromisso do governo federal no combate ao desmatamento da floresta amazônica.
"Esperamos que essa mudança também signifique que o governo federal coloque mais recursos para que o Ibama possa monitorar e fiscalizar [florestas], até porque os helicópteros [do Ibama] neste momento estão parados por falta de dinheiro", afirmou Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace. O Ibama negou que haja helicópteros parados por falta de recursos.
Sobre o licenciamento ambiental de obras de infra-estrutura, Adário disse que "medidas de aceleração do desenvolvimento só podem ocorrer se apontarem para o cenário de sustentabilidade".
Em referência ao aquecimento global, disse que o governo poderá, se não levar em conta critérios ambientais, "aprofundar o pé no acelerador do desastre".
A Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) classificou como "imposição" a reestruturação na área ambiental.
"A forma como Lula está agindo fragiliza com certeza a ministra Marina Silva. Isso é gravíssimo porque ela representa, com sua história e luta, a última esperança dentro do governo de defesa dos interesses dos índios", afirmou o coordenador da Coiab, Jecinaldo Cabral.
Ivaneide Bandeira, coordenadora de projetos da ONG Kanindé (Associação de Defesa Etno-Ambiental de Rondônia), afirmou que as mudanças "passam a impressão de que o governo está fazendo pressão para liberar projetos do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], como as duas hidrelétricas do rio Madeira".
Por Kátia Brasil,
Folha online, 27/04/2007