A União Européia abriu consulta pública para determinar sua estratégia para o desenvolvimento de etanol e a importação do combustível. Bruxelas deu prazo até junho para que organizações não-governamentais, produtores, empresas e mesmo outros governos mandem avaliações sobre o que deve ser a política européia para o etanol nos próximos 15 anos. O objetivo é garantir não apenas o fornecimento do combustível, mas elaborar um plano ambientalmente sustentável.
Os europeus estabeleceram que, até 2020, 10% de sua frota de carros deve ser alimentada por etanol. No total, 20% da energia da região deverá ser renovável em 15 anos. Para alguns integrantes da Comissão Européia, a região não tem terras suficientes para produzir o combustível na quantidade necessária.
A solução seria importar etanol, por exemplo, do Brasil. Mas ONGs alertam que não seria razoável lutar contra as emissões de gás carbônico na UE importando de locais onde a produção de cana seria responsável pelo desmatamento. Uma das soluções seria a criação de um selo ambiental para as importações. "Os biocombustíveis têm papel central na segurança do fornecimento de energia e na redução de emissões de gás no transporte.
O combustível ainda oferece novas fontes de renda para aqueles que dependem da agricultura, tanto na Europa quanto em países em desenvolvimento", afirmou o comissário europeu de Energia, Andris Piebalgs. Segundo ele, porém, essas vantagens não podem ser "compensadas por danos ambientais causados pelo uso inapropriado da terra ou processos ultrapassados". A UE está recebendo avaliações sobre como um sistema sustentável de produção deve ser desenhado; como os efeitos para a terra devem ser monitorados; como uma segunda geração de etanol deva ser encorajada; e o que deve ser feito para obter a meta de 10%.
(Por Jamil Chade, Estadão, 01/05/2007)