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mercado de carbono
2007-05-02

A usina hidrelétrica Furnas do Segredo, em Jaguari, está sendo recompensada com um importante aumento do seu lucro por produzir energia de uma forma menos poluente. Construída em parceria pela multinacional espanhola Guascor e Companhia de Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a usina acaba de firmar contrato com uma empresa de energia japonesa para vender créditos de carbono. A transação deve representar um aumento de cerca de R$ 700 mil na receita anual da hidrelétrica da região, que é uma das primeiras no país a conseguir autorização na Organização das Nações Unidas (ONU) para negociar créditos de carbono.

A usina, que começou a funcionar em setembro de 2005, conseguiu o direito de vender créditos de carbono em novembro, porque evitou emissões de gases prejudiciais à natureza no seu primeiro ano de operação. Já a empresa do Japão terá de desembolsar esse dinheiro por causa dos danos que causou ao ambiente.

Um dos diretores da Furnas do Segredo, Eudo Tambara, que é o representante da CEEE no acordo firmado com a Guascor, conta que o dinheiro extra da venda dos créditos de carbono será usado para pagar parte do financiamento bancário feito para concluir a usina.

Segundo ele, o faturamento de cerca de R$ 7 milhões, em 2006, deve aumentar para R$ 8 milhões esse ano. A usina produz 10 megawatts (suficiente para abastecer 30 mil habitantes) e vende energia para a CEEE, que a repassa para a AES Sul. Tambara diz que esse aumento na receita é uma espécie de retribuição pela postura ecologicamente correta.

- É interessante porque é uma maneira de ter retorno financeiro por gerar energia limpa, sem poluir. Nossa meta sempre foi não agredir o ambiente, e esse é o prêmio - diz ele, adiantando que a usina buscará novamente nesse ano certificação para poder seguir vendendo créditos de carbono.

Quase 100 mil árvores foram plantadas pela empresa
O diretor destaca que a usina está colhendo agora os frutos de um trabalho sério de preocupação com o ambiente. Segundo ele, dos R$ 30 milhões investidos na usina, R$ 2 milhões são destinados para projeto ambiental.

Ele conta que, desde 2005, já foram plantadas, por meio do projeto, quase 100 mil árvores nativas perto do Rio Jaguari, no terreno de 50 hectares considerado por lei Área de Preservação Permanente (APP). Uma equipe de cerca de 20 funcionários trabalha na manutenção dessas árvores ao longo do ano. Cerca de 10 mil árvores que foram mortas pela geada devem ser replantadas em maio.

- A cada árvore que tivemos de desmatar, plantamos de 7 a 15 outras árvores - diz Tambara, destacando que também são realizadas ações socioeducativas e de apoio cultural junto à comunidade de Jaguari.
 
O que é o Protocolo de Kyoto?
- É um acordo internacional, firmado em 1997 e que entrou em vigor em 2005, que estabelece que os países desenvolvidos devem reduzir a emissão de gases que causam o aquecimento do planeta. Os países em desenvolvimento não estão obrigados a diminuir a emissão, mas devem implementar ações do gênero
- Para reduzir a emissão de gases, o acordo criou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Nele, quando as empresas dos países em desenvolvimento aplicam um projeto de redução de emissão de gases, cada tonelada de carbono neutralizada transforma-se em um crédito de carbono, que pode ser vendido às empresas poluidoras de nações ricas

O que são créditos de carbono?
- São certificados emitidos a empresas que reduzem a emissão de gases poluentes e que podem ser negociados
- Países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões desses gases são obrigadas a comprar créditos de carbono das indústrias que reduziram as emissões de gases, incentivando o investimento em energia não-poluente
- Segundo especialistas, esse mercado deve movimentar US$ 10 bilhões ao ano, e o Brasil deve ser responsável por 10% disso

Como a usina vendeu créditos de carbono?
- Uma empresa especializada foi contratada para verificar a geração de energia desde o início das operações da usina e foi feito um projeto para reconhecimento dos créditos de carbono
- Em junho de 2006, a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, que é formada por representantes de diferentes órgãos do governo federal, aprovou o projeto
- O projeto foi registrado junto ao departamento da ONU responsável pelas aprovações de projetos de créditos de carbono
- O direito de negociar créditos foi concedido em novembro de 2006, após uma auditoria que qualificou o desempenho da usina. A etapa seguinte foi aguardar a emissão dos créditos pela ONU
- Ao todo, foram vendidas 16.875 toneladas de créditos de carbono a uma usina termelétrica japonesa, que é poluidora
(Diário de Santa Maria, 02/05/2007)


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