Em seu encontro de cúpula em Washington, União Européia e Estados Unidos reconhecem sua responsabilidade na questão climática e a necessidade de se criar uma "política global imediata" para conter o aquecimento global. Durante o encontro de cúpula entre a União Européia e os Estados Unidos na segunda-feira (30/04) em Washington, as duas maiores potências econômicas do mundo reconheceram sua responsabilidade conjunta pela proteção ao meio ambiente, admitindo que "uma política global imediata" é essencial para conter o desenvolvimento negativo do clima mundial.
Após difíceis negociações ao longo dos últimos dois meses, a chanceler federal alemã Angela Merkel, o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, devem assinar o documento, juntamente com um acordo estratégico sem precedentes, para incentivar o comércio transatlântico. No documento, UE e EUA reconhecem o problema do clima como "um desafio global à comunidade internacional" e se comprometem a "fazer o melhor possível para estabilizar a emissão de gases poluente,s de modo a evitar perigosas mudanças climáticas causadas pelo homem".
Sem percentagens concretas
Embora não tenha sido fixada nenhuma percentagem concreta para a emissão de gases poluentes, políticos alemães vêem aí um avanço substancial da posição dos Estados Unidos, já que, pela primeira vez, o governo estadunidense admite em público que o aquecimento global é causado pelo homem, reconhecendo oficialmente o trabalho do Conselho sobre Mudanças Climáticas da ONU e a necessidade de gerenciar a crise no âmbito internacional.
Além disso, ambas as partes concordaram em estreitar cooperações durante conferências internacionais. Espera-se agora que o acordo seja um ponto de partida para negociações mais concretas no próximo encontro de cúpula dos países do G8 em Heiligendamm, em junho, e durante a Conferência da ONU, em dezembro, na Indonésia, podendo levar à formulação de um novo acordo, em substituição ao Protocolo de Kyoto.
Energia atômica continua sendo alternativa
Europa e EUA manifestaram também a intenção de desenvolver e empregar tecnologias energéticas limpas que "alteram a maneira como fornecemos energia a nossas casas, nossa economia e nossos veículos". No entanto, o acordo admite o uso de energia atômica como alternativa para reduzir a emissão de CO2 e garantir a segurança energética nos países "que escolherem esta opção". Para assegurar ainda mais o fornecimento de energia, o acordo prevê cooperações internacionais destinadas a promover o melhor aproveitamento possível das diversas formas de produção energética e a utilização eficiente de energias renováveis.
(Deutsche Welle, 30/04/2007)