A decisão da Fepam, órgão vinculado à Secretaria estadual do Meio Ambiente, de reduzir as áreas para empresas realizarem o plantio de florestas desencadeou crise no setor. Com a posição adotada pelo órgão, o Rio Grande do Sul poderá perder 4 bilhões de dólares em investimentos na área. A crise também representará mais baixas de membros do Executivo. A demissão do presidente da Fepam, Irineu Schneider, deverá ocorrer até o início da próxima semana. Também é forte a tendência de a governadora Yeda Crusius substituir a secretária do Meio Ambiente, Vera Callegaro. Caso a saída se confirme, esta será terceira mudança no Secretariado desde a posse e a quinta depois da vitória eleitoral de 2006.
A primeira baixa foi a do deputado estadual Berfran Rosado, do PPS, a dez dias da posse de Yeda. Ele se recusou, por meio de carta, a assumir a Secretaria de Coordenação, Planejamento e Gestão. A justificativa foi a contrariedade ao projeto da nova gestão que pretendia manter o aumento de alíquotas do ICMS. Pelo mesmo motivo, o deputado estadual Jerônimo Goergen, do PP, abriu mão do cargo de secretário da Agricultura. As duas renúncias ocorreram na mesma semana em que o projeto foi rejeitado pela Assembléia, em dezembro de 2006. No lugar de Berfran, entrou o economista Ariosto Culau, integrante da cota pessoal de Yeda. Na Agricultura, recusada por Jerônimo, tomou posse João Carlos Fagundes Machado, do PP, ex-prefeito de Camaquã.
Depois de assumir o governo do Estado, em 1º de janeiro, ocorreram mudanças nos controles de duas secretarias: a de Segurança Pública e a de Obras Públicas, ambas controladas por deputados do PDT. A saída do ex-secretário da Segurança Enio Bacci ocorreu logo após o governo completar cem dias de gestão, devido ao surgimento de denúncias sobre supostas irregularidades cometidas no órgão. Com a demissão de Bacci, o PDT rompeu com o governo. O trabalhista Paulo Azeredo, que comandava a Secretaria de Obras Públicas, também entregou o cargo. Para a área da Segurança, Yeda indicou o superintendente da Polícia Federal, José Francisco Mallmann. Na vaga de Azeredo, assumiu o secretário-substituto Rogério Santiago, do PDT, até que a Yeda decida quem ocupará definitivamente o cargo.
(Correio do Povo, 02/05/2007)