O pátio de 17 lotes localizado no número 3.400 da Avenida Feitoria guarda centenas de itens que deixaram de servir para algumas pessoas, mas que podem ser úteis para outras. Além da possibilidade de reutilização, os materiais descartados na San Lorenzzo Recicláveis, e pela empresa encaminhados, livra o meio ambiente de danos. A filosofia da empresa, que conta com dez colaboradores diretos, confunde-se com a de sua diretora, Lisiane da Silva: “Estamos no momento de reciclar os valores da vida”.
A San Lorenzzo completou 12 anos em março passado. Atua na grande Porto Alegre, Vale do Sinos e Vale do Caí. Possui licença de operação para armazenar e comercializar resíduos sólidos de Classe II, ou seja, isentos de contaminação. Não comercializa materiais radioativos, lâmpadas fluorescentes queimadas e outros tipos de materiais gerados no processo industrial os quais precisam ser encaminhados para alguma usina de tratamento. Também não trabalha com sucata automotiva, conforme afirma sua diretora, Lisiane da Silva.
Desde o início de suas atividades, em 1995, a San Lorenzzo mantém uma parceria com a Gerdau, empresa com reconhecimento internacional de qualidade e modelo em termos de gestão ambiental. A San Lorenzzo busca apoio técnico da Gerdau para melhor atender e assessorar seus fornecedores. Além da sucata siderúrgica, a San Lorenzzo também mantém parcerias com fundições de metais não-ferrosos, tais como alumínio, bronze, cobre, aço inoxidável, latão e chumbo, entre outros. A empresa leopoldense também trabalha no varejo de materiais usados, como chapas, tubos, conexões, polias, engrenagens, mancais, ferramentas, motores, parafusos, grades, portões, aberturas de metal, entre outros materiais reciclados no processo de separação e adquiridos em leilões.
SOCIAL - Segundo Lisiane, a compra de metais não-ferrosos (principalmente alumínio e cobre) é feita de pessoas físicas, cadastradas pela empresas. Mensalmente, esses vendedores de recicláveis, conhecidos como catadores, concorrem a sacolas econômicas sorteadas pela San Lorenzzo. “É uma forma de desenvolver um trabalho social,” diz Lisiane. Além disso, acrescenta, estimula-se a reciclagem, especialmente de latinhas de alumínio, que muitas vezes são jogadas nas ruas. “Muitas famílias do bairro precisam complementar sua renda e encontram na reciclagem uma forma de fazê-lo dignamente.”
Lisiane afirma que a empresa não comercializa cobre queimado, pois, embora a comunidade talvez desconheça, é crime ambiental. A San Lorenzzo comercializa e recicla cobre com capa descascando- o em máquina própria e vendendo separadamente o plástico que o envolve. “Embora não seja objeto principal da San Lorenzzo, compramos também a capa do cobre para posteriormente encaminhá-la a empresas licenciadas do ramo de reciclagem de plástico, evitando que tais materiais fiquem depositados no solo ou sejam misturados ao lixo orgânico.”
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Jornal VS, 30/04/2007)