O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) posicionou-se contra a idéia de que a Amazônia deve ser um "santuário intocável" para impedir o aquecimento global e destacou que a região possui potencial energético e deve ser explorada para proporcionar o crescimento local e do país.
- Temos energia [na região] para garantir auto-suficiência para o Brasil e minérios para saldar nossa dívida e algo mais. No entanto, nada disso é explorado sob um falso e hipócrita pretexto de preservar a natureza e certas comunidades que não pediram para serem protegidas dessa forma - disse.
Em seu pronunciamento em Plenário, na sexta-feira (27/04), ele citou artigos do jornalista Luiz Carlos Azedo, no Correio Braziliense, e do cientista político Hélio Jaguaribe, na Folha de S. Paulo sobre o tema, e criticou o documentário "Uma verdade inconveniente", do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore. Para Mozarildo, o filme é uma bem elaborada peça de marketing que tenta impingir uma forma de freio aos países emergentes no rumo de seu desenvolvimento.
Mozarildo lembrou declaração de Al Gore na década passada - de que a Amazônia não é do Brasil, mas sim dos países que têm responsabilidade com o controle do meio ambiente - e demonstrou temor por uma suposta internacionalização da região.
- Vamos acordar antes que a Amazônia vire um Iraque. Desculpa para invadi-la já existe - disse.
O senador condenou a posição de membros de organizações não-governamentais e de "supostos indigenistas" que, com sua atuação, acabam obtendo lucros nas reservas indígenas ou impedindo o desenvolvimento, muitas vezes contra a posição de seus moradores. Também disse ser contra a cessão de extensos limites de terra em benefício de uma população indígena ínfima, e criticou a ação do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos na delimitação da Reserva Raposa Serra do Sol, que segundo oparlamentar, foi feita com base em documentos fraudados.