A situação é grave, e a sociedade gaúcha só vai se dar conta disso quando as empresas de florestamento efetivamente comunicarem sua saída do Rio Grande do Sul. A afirmação é do deputado Nelson Härter (PMDB), anunciando que já iniciou mobilização junto a prefeitos e lideranças da parte do Sul do Estado para que venham a Porto Alegre e, em audiência, mostrem à governadora Yeda Crucius o que realmente está ocorrendo em relação aos prejuízos decorrentes das dificuldades impostas pelo lento processo de liberação de áreas para a silvicultura.
“Nossa intenção não é a de atritar com a governadora. Ao contrário. Queremos respaldá-la na sua decisão, quando, recentemente, autorizou o plantio em determinadas áreas. Acreditamos, porém, que ela não está recebendo as informações corretas envolvendo toda esta situação. As suas determinações não estão sendo cumpridas”, advertiu Härter. Conforme ele, que vem denunciando este quadro já há dois meses, o anúncio da Aracruz Celulose de que poderá procurar outro local para plantio, acendeu o sinal de alerta. Reiterou que os licenciamentos estão sendo analisados, pela Fepam, de forma restritiva, com caráter político-ideológico, com base em uma proposta que ainda não existe e que precisa passar pela avaliação de várias instâncias ligadas à área. "A intenção parece querer barrar o desenvolvimento da silvicultura no Estado. Está em jogo a geração de mais de 100 mil empregos e investimentos de R$ 10 bilhões", advertiu.
Härter afirmou que ter cuidado com o meio ambiente não significa entravar o processo. “Sou amplamente favorável à preservação dos recursos naturais, o que não significa concordar com a burocracia ilógica. Pelo que sei, Lula nunca foi favorável à destruição do verde, apesar de eu não compreender bem toda a liberdade para o desmatamento da Amazônia. Assim, dias atrás, demitiu funcionários do Ibama que, segundo ele, estavam atrapalhando a liberação para a construção de duas usinas hidrelétricas em Rondônia. Casualmente, alguns eram assessores que integraram o governo Olívio, aqui no RS, do mesmo partido de lideranças que insistem em apoiar a atual direção da Fepam, apesar dos absurdos que todos estamos vendo”, analisou o peemedebista, presidente da Comissão de Economia da Assembléia.