O "Green 10", grupo que reúne dez grandes organizações ambientalistas na Europa, deu nota negativa à primeira metade do mandato da Comissão Européia (braço executivo da União Européia), apesar da recente "mudança profunda" da atitude implementada José Manuel Durão Barroso, o presidente da comissão.
A um mês de a "Comissão Barroso" completar metade do seu mandato (2004-2009), as ONG que formam o "Green 10" - entre as quais Greenpeace e WWF - apresentaram na sexta-feira (27/04) a avaliação dos primeiros dois anos e meio de trabalho do executivo, atribuindo uma nota de 4,3, em uma escala de zero a dez. A avaliação envolve 16 quesitos e apenas em três a "Comissão Barroso" é classificada com uma nota superior a cinco. Segundo a "Green 10", a avaliação não pode deixar de ser negativa apesar da "mudança profunda" operada por Durão Barroso nos últimos seis meses.
As organizações ambientalistas consideram que o presidente da Comissão Européia "despertou tarde", tendo passado grande parte da primeira metade do mandato "fixado" no crescimento econômico e no emprego e agarrado à "idéia ultrapassada de que o que é bom para o ambiente não pode ser bom para a economia". O apoio dado pela Comissão a favor de uma redução de 30% das emissões de gases com efeito de estufa até 2020 valeu a nota mais alta da avaliação (sete), no quesito de política na área do clima.
O "Green 10" atribui nota seis ao desempenho da Comissão Européia na política na área da Energia (dado o esforço pela imposição do objetivo vinculativo de 20% de energias renováveis, acordada na última cúpula da UEE), e na política agrícola. No extremo oposto, a "Comissão Barroso" recebeu a nota mais baixa (dois) em proteção marítima e proteção das florestas.
(Lusa, 27/04/2007)