O mapa da poluição do ar começará a ser desenhado em maio pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde, em parceria com a Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA). Os resultados do Estudo de Genotoxicidade dos Poluentes do Ar, que expôs plantas da espécie Tradescantia pallida em sete pontos da Capital, possibilitarão a definição de ações de combate à poluição.
Nos últimos anos, o ar em Porto Alegre tem apresentado qualidade razoável, segundo dados da Rede Automática de Monitoramento do Ar da Fepam, de 2002 a 2006. Foram registrados poucos episódios de concentração de poluentes em níveis que possam causar insalubridade. Conforme a Fepam, os casos de ar considerado regular ou inadequado em Porto Alegre e na região Metropolitana são incomuns e não persistem por mais de três dias.
O ponto mais crítico na Capital é a região central, principalmente no entorno da Estação Rodoviária, devido ao fluxo de veículos. Na região Metropolitana, as maiores concentrações de poluentes foram registradas em Esteio e Canoas, perto da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap).
O engenheiro químico e técnico da Fepam Eduardo Santana diz que as oito estações de monitoramento da Fepam verificaram, em 2006, 16 casos de ar inadequado em Porto Alegre e na região Metropolitana. Entre os poluentes que apresentaram maior concentração, destaca as partículas inaláveis na área da Estação Rodoviária e o ozônio nas estações do Pólo Petroquímico de Triunfo e no entorno da Refap.
A análise do material coletado na primeira etapa do Estudo de Genotoxicidade, iniciada em novembro de 2006, está sendo feita em um laboratório de São Paulo. Conforme a professora de Farmacologia da FFFCMPA Cláudia Ramos Rhoden, a técnica utilizada para fazer o monitoramento possibilita dimensionar os efeitos da poluição em organismos vivos. 'A partir do conhecimento da qualidade do ar em diferentes pontos da cidade, poderemos fazer um alerta aos órgãos gestores para adotar políticas de prevenção e combate ao problema.'
(Por Luciana Meneghetti,
Correio do Povo, 29/04/2007)