Comuns na rotina dos consumidores, as sacolas plásticas estão na mira de ambientalistas e governos, que buscam diminuir a utilização do material para amenizar os danos à natureza depois de seu descarte. Uma das ações mais recentes partiu da cidade norte-americana de São Francisco, onde os vereadores aprovaram um projeto, em março, que proíbe redes de supermercados e farmácias de fornecerem sacolas plásticas. A lei prevê a substituição do material por papel reciclável ou o uso de sacolas reutilizáveis.
No Brasil, cerca de 700 milhões de sacolas plásticas são gastas mensalmente. Do total, 90% são reaproveitadas para depositar o lixo doméstico e acabam, posteriormente, descartadas, o que leva à poluição dos recursos hídricos e reflete diretamente em problemas como alagamentos nas grandes cidades do país.
Segundo o Instituto Sociombiental dos Plásticos (Plastivida), que promoveu evento em Porto Alegre na última semana, o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior índice de reciclagem do lixo, com 29% de resíduos coletados, semelhante a países como Alemanha e Áustria.
No país, no entanto, menos de 10% dos municípios contam com algum sistema de coleta seletiva, o que leva a indústria de reciclagem brasileira a operar com 40% de sua capacidade ociosa. O presidente do Plastivida, Francisco de Assis Esmeraldo, afirma que o ideal seria o país adotar a utilização de sacolas plásticas mais resistentes, o que evitaria seu descarte rápido. 'Precisamos fazer sacolas de melhor qualidade que possam ser utilizadas diversas vezes.'
Para a coordenadora do Sistema de Gestão Ambiental da Unisinos, Luciana Paulo Gomes, uma opção seria cobrar do consumidor as sacolas plásticas, a exemplo do que ocorre em outros países, onde os recursos têm como destino projetos ambientais. No exterior, é comum usar sacolas de tecido ou papel.
(Por Carina Fernandes,
Correio do Povo, 29/04/2007)