Aliar a produção de alimentos à de energia é uma tarefa urgente que vai ao encontro da sustentabilidade, defendeu o presidente da Cooperbio, de Palmeira das Missões, Romário Rossetto. Ele contou que há dois projetos piloto em andamento na região Noroeste do Estado e em Santa Cruz do Sul, ambos envolvendo pequenos agricultores. “O campesinato produz, em média, 60% dos alimentos que vão à mesa dos brasileiros”, lembrou, contrapondo o fato de que esse tipo de produção é fortemente dependente, hoje, de petróleo. “Precisamos de 12 barris de petróleo para produzir uma tonelada de uréia (fertilizante). Temos que avançar para um outro modelo de agricultura, sustentável”, sugeriu.
A Cooperbio realizou vários estudos de viabilidade, em parceria com a Petrobras, entre maio e setembro do ano passado. Esses estudos, conforme Rossetto, apontaram a viabilidade da produção de biocombustíveis em Palmeira das Missões. “Iniciamos o memorando de entendimento de um modelo de negócios em setembro e agora, em abril, estamos com o relatório para uma planta da Petrobras. Vamos fornecer o óleo, e a Petrobras colocará o selo”, informou. Já na região de Frederico Westphalen, serão nove microdestilarias por meio desse convênio, e os primeiros cinco mil litros de produção de álcool padronizado (92 GL) devem ser inaugurados oficialmente no dia 2 de maio, no município de Redentora. As universidades Federal de Santa Maria (UFSM) e Regional Integrada (URI) deverão acompanhar os processos produtivos. Cada microdestilaria produzirá de 600 mil a 800 mil litros diários.
Um outro exemplo de empreendedorismo nesta área é o trazido pela Brasil Ecodiesel, por meio de seu representante, Ricardo Alonso. Demonstrando otimismo, ele relatou que a empresa conta com três unidades – Ceará, Piauí e Bahia – e está instalando a quarta unidade no Tocantins. A quinta e a sexta fábricas ficarão em solo gaúcho, em Rosário do Sul e São Luiz Gonzaga, respectivamente. E a sétima estará instalada no Mato Grosso do Sul até dezembro deste ano, com capacidade de produção de 800 mil metros cúbicos. A empresa produz biodiesel a partir de soja, pinhão manso e girassol. “Nosso mercado está aberto, mas temos muito o que crescer no Brasil”, disse.
(Por Cláudia Viegas, Ambiente JÁ, 30/04/2007)