A proliferação de algas marinhas que produzem um ácido tóxico provocou doenças e mortes de centenas de pássaros, leões-marinhos e golfinhos na Califórnia (oeste dos EUA), alertaram ambientalistas.
Os corpos dos animais têm sido encontrados na costa, desde San Diego, no sul do Estado, até a baía de San Francisco, mais ao norte.
Essa substância é produzida por algas microscópicas, que são ingeridas por peixes e frutos do mar que, por sua vez, servem de alimento para pássaros e mamíferos marinhos.
"Surtos" de proliferação de algas ocorrem todos os anos, quando as águas do oceano esquentam, mas o "surto" deste ano parece ter vindo mais cedo, ser mais extenso e "muito, muito denso", segundo David Caron, professor de ciências biológicas na Universidade do Sul da Califórnia. "Estima-se que milhares de animais estão sendo afetados", disse.
Jay Holcomb, diretor do centro de resgates de aves, afirmou que, em temporadas passadas, a média era de sete pássaros por semana.
"Faço este trabalho há 35 anos e nunca vi algo assim em termos de números de espécies afetadas, a não ser em casos de derramamento de petróleo", disse Holcomb nesta quinta-feira.
Desde domingo (22/04), o Centro de Cuidados de Vida Selvagem e Áreas Úmidas, em Huntington Beach, recebeu 73 aves doentes ou mortas, informou a diretora-assistente Lisa Birkle. A toxina tem sido mais mortal do que o normal, afirmou.
No Centro de Mamíferos Marinhos do Pacífico, em Laguna Beach, 14 leões-marinhos com sintomas de envenenamento por ácido domóico foram tratados. Sete morreram.
Seres humanos não são afetados ao nadar em meio às algas, mas o consumo de peixes e moluscos contaminados pode provocar náuseas, convulsões e até a morte. O Departamento de Serviços de Saúde do Estado emitiu alerta contra o consumo de alguns tipos de frutos do mar e peixes, incluindo lagostas e sardinhas.
Uma epidemia de ácido domóico ocorrida em 2002 e 2003 deixou mais de mil leões-marinhos e 50 golfinhos doentes ou mortos.
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Da Associated Press, 27/04/2007)