O Governo Federal instituiu o Dia Nacional da Caatinga, a ser comemorado no dia 28 de abril de cada ano, com o objetivo de valorizar este importante ecossistema e promover ações para sua preservação. O Ministério do Meio Ambiente está realizando desde o dia 23 de abril e até amanhã (27), a Semana da Caatinga, com uma série de eventos em comemoração ao dia do bioma que abrange 10 Estados brasileiros: nove do Nordeste e um do Sudeste (Minas Gerais).
Ocorrendo em todo o interior do Nordeste brasileiro, a caatinga é um tipo de vegetação natural que predomina na paisagem. A palavra "caatinga" vem da língua tupi, formada pelas palavras caa (mato, vegetação) e tinga (branco). Trata-se de um conjunto de formações arbóreo-arbustivas, xerófilas, lenhosas e decíduas, comumente espinhosas.
Áreas de Caatinga preservadas na Paraíba
Uma grande preocupação dos órgãos ambientais apesar das dificuldades encontradas, é a preservação desse ecossistema típico do sertão nordestino, da sua flora e fauna. Através do seu programa de incentivo à criação de RPPN - Reservas Particulares do Patrimônio Natural, o IBAMA tem conseguido sensibilizar proprietários de terras a preservar uma parte destas áreas que ficam dentro de suas propriedades, como é o caso da Fazenda Alma, no Município de São José dos Cordeiros (PB), com a maior área particular preservada no Estado, medindo 3.505 hectares.
Foram criadas RPPNs nas seguintes localidades: Fazenda Santa Clara (S. João do Cariri), Fazenda Várzea (Ararauna), Fazenda Pedra d?Água (Casserengue), Fazenda Badú Loureiro (em Catingueira) e ainda na Fazenda Tamanduá, esta considerada um exemplo da produtividade do sertão, localiza-se no Município de Santa Terezinha, contando com mais de 900 hectares preservados, perto de um terço da sua área, entre a reserva legal e uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, medindo 325 hectares, tendo sido criada em julho de 1998.
Estas RPPN são bem representativas de ecossistemas da Caatinga na Paraíba, possuindo fauna e flora típicas da região e relevante beleza cênica como indica o Título de Reconhecimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.De acordo com o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, concluiu-se recentemente uma pesquisa sobre os remanescentes de Caatinga no Brasil ("na verdade, descobriu-se que não são remanescentes, pois 60% da cobertura daquele bioma estão intactos", segundo Capobianco).
Foi feita a revisão dos mapas de áreas prioritárias no País (289 delas compostas por trechos de Caatinga, sendo as primeiras da fila para sediar novas Unidades de Conservação). Além disso, o MMA vem desenvolvendo o Programa de Combate à Desertificação, pelo qual procura também mitigar os efeitos da seca, e o Programa de Revitalização da Bacia do São Francisco. Por meio deles, o governo destinou à Caatinga, de 2003 a 2006, R$ 240 milhões, e pretende, só neste ano, investir mais R$ 260 milhões.
(Por Gutemberg Melo,
Assessoria de Comunicação Ibama/ PB, 26/04/2007 )