As mudanças climáticas devem ser atacadas com uma coligação fundada em valores morais e éticos, disse em conferência no Vaticano o secretário do meio ambiente do Reino Unido, David Miliband. O governo britânico tem encorajado o Vaticano a assumir um papel de liderança no combate ao aquecimento global, esperando que a Igreja influencie os 1,1 bilhões de católicos espalhados pelo mundo.
No seu discurso, Miliband disse que é preciso uma conversão ecológica de todo o mundo, com uma mobilização dos governantes, empresários e cidadãos, que precisam mudar o modo como vivem, trabalham e viajam. Ele disse que os esforços devem se espalhar com um senso de solidariedade com os países em desenvolvimento e gerações futuras. “Do meu ponto de vista, enquanto substimávamos a escala, urgência e impacto das mudanças climáticas, também substimávamos nossa capacidade de atacá-lo”, disse Miliband.
O ministro lembrou que tecnologias, políticas e instituições existem ou estão emergindo e o suporte público para mudanças políticas também está aumentando. Por isso, segundo ele, o aquecimento global pode ser combatido. Miliband sugeriu que 2007 seja o ano que a comunidade internacional olhe para o desenvolvimento de um quadro internacional que possa dar sucessão ao período de comprometimento de Kyoto.
“A verdade é que sem a confiança global no comprometimento dos governantes em colocar um preço no carbono, em concordar com metas a longo prazo para as reduções de emissões; empresários e cidadão não terão a direção e a massa crítica para frear o crescimento dos gases do efeito estufa”, alertou.
Miliband disse que paralelo ao trabalho de criação de um quadro internacional, cada país precisa agir domesticamente. Segundo ele, o Reino Unido quebrou com sucesso a ligação entre crescimento econômico e da poluição. “Nossa economia como um todo tem crescido 25% desde 1997, mas nossas emissões têm sido cortadas em 8%”, disse.
(Por Mark Oliver, traduzido por Paula Scheidt, CarbonoBrasil do Guardian Unlimited, 26/04/2007)