O impasse da instalação de uma nova fábrica da Aracruz no Rio Grande do Sul continua. A razão é referente aos licenciamentos que deveriam ser concedidos pelo Governo do Estado. As autorizações liberadas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a partir do Zoneamento Ambiental, são consideradas insuficientes. A demora para novas licenças destinadas ao plantio de florestas também está ameaçando a criação de novas fábricas de celulose no estado, assim como a projeção de um volume maior de negócios das instituições que atuam no setor no Rio Grande do Sul. Por isso, a silvicultura vive clima de tensão entre as empresas produtoras de celulose e o órgão ambiental responsável.
A deputada Leila Fetter, que vem participando ativamente das Audiências e reuniões ligadas ao Zoneamento Ambiental, está preocupada com esta situação, pois acredita que atividades como o desenvolvimento da Silvicultura na Zona Sul do Estado, são essenciais para o desenvolvimento econômico e social da região. “Nestes diversos encontros que participei, foram apresentados estudos técnicos que demonstraram que estas atividades podem ser praticadas, sem causar danos ao meio ambiente. Além de gerar emprego e renda com investimentos de US$ 4 bilhões e expectativa de 400 mil empregos em todo setor”, afirmou Leila ao defender a permanência dos investimentos da Aracruz no estado.
Segundo o presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, se estas questões não forem resolvidas até o final do ano, a instalação de uma nova fábrica, em Guaíba, será repensada. “Muitos estados estão pressionando para que a nossa fábrica seja instalada em outro local. Entretanto, aqui no Estado temos experiência, mão-de-obra e clima favorável. Não queremos sair daqui”, argumentou Aguiar ao manifestar a vontade da empresa em permanecer no solo gaúcho. O presidente ainda disse, que os investimentos na nova fábrica de Guaíba representam a soma de US$ 1,5 bilhões e, caso não seja revista a situação das licenças até o final do ano, os recursos vão migrar para outras regiões do país. Conforme o executivo da Aracruz, o projeto se torna inviável se o plantio for muito abaixo de 50% da área total.
Ele também afirmou que a instalação da nova unidade precisa estar assegurada até o final do ano, sendo necessárias a autorização para o plantio de pelo menos 25 mil hectares e a emissão de licença para o projeto industrial até dezembro. A deputada Leila Fetter manifestou preocupação com uma provável saída da Aracruz do estado. Fato que segundo ela poderia gerar um efeito cascata no segmento. “Nós já sabemos que outras empresas estão receosas com a demora para estas definições. Inclusive, algumas não encaminharam pedidos de licenças para a Fepam. Temos que reverter este quadro, com o apoio de todos, inclusive dos trabalhadores”, concluiu a deputada.