O principal objetivo das leis ambientalistas é a preservação da vida humana, levando em consideração a qualidade de vida. Para vivermos em um ambiente saudável e seguro, faz-se necessário construir e conservar esse ambiente para nele viver em harmonia com as outras pessoas, com o trânsito e também com o meio ambiente. Para que exista integração entre "trânsito e meio ambiente", é muito importante o desenvolvimento de conceitos ambientais, como "humanização no trânsito", que levem à análise e ao registro dos elementos que compõem o meio ambiente. Isso possibilitaria diagnosticar problemas originados no comportamento inadequado do homem, principalmente no ambiente urbano, e apontar medidas práticas para suas soluções.
Os principais problemas causados pela relação trânsito e meio ambiente são os seguintes: poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes; erosão, decorrentes do mau planejamento de estradas; agressões contra o meio ambiente, resultantes de acidentes com o transporte de produtos tóxicos poluentes; incêndios causados pelo uso inadequado de locais de descanso às beiras de rodovias ou por cigarros arremessados pelas janelas dos veículos; poluição do hábitat natural (rios e matas) pelos detritos deixados por motoristas nas rodovias; enchentes em vias urbanas, causadas pelo acúmulo de lixo deixado pelos usuários (motoristas e pedestres) em bueiros ou próximo aos rios e lagos; e mortes de animais provocadas por excesso de velocidade e descaso à sinalização.
A utilização de veículos automotores pressupõe a queima de combustíveis, fundamental para a economia, porém fatal para a natureza em virtude da emissão de gases tóxicos na atmosfera. A capacidade poluente dos automóveis é a maior dentre todas as outras atividades desenvolvidas pelo homem, provocando um grande risco para a vida humana, animal e ao meio ambiente.
Nosso papel, na condição de motoristas com uma consciência ecológica mais desenvolvida, é muito amplo e vai além do cumprimento do dever de manter nossos automóveis em condições de circulação. É preciso desenvolver nossa cidadania, lutando pelos nossos direitos, denunciando os abusos, reclamando uma ação fiscalizadora mais eficiente e, principalmente, dando exemplo aos outros motoristas. Deixando nossa consciência ecológica falar mais alto, estaremos contribuindo para que nossa cidade respire um ar cada vez mais saudável.
(Laurindo Lorenzi Filho/ Cartorário e ambientalista, Opinião -
Diário de Santa Maria, 26/04/2007)