Os Estados Unidos estão abertos a incluir o Chile e outros países dentro de sua iniciativa conjunta com o Brasil para desenvolver e exportar a tecnologia do etanol, disse na quarta-feira (25/04) Thomas Shannon, secretário-assistente dos EUA para o Hemisfério Ocidental.
Em entrevista coletiva na embaixada dos EUA em Santiago, Shannon disse que o acordo recentemente firmado entre os presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva foi só o primeiro passo na promoção do etanol em outros países. "Estamos abertos a conversações com o Chile ou qualquer outro país sobre como podemos trabalhar juntos ou regionalmente para promover de forma responsável o acesso à energia", disse Shannon.
Segundo ele, a iniciativa brasileiro-americana começaria com projetos na República Dominicana, São Cristóvão e Névis, Haiti e El Salvador. "Mas o modelo que está sendo desenvolvido pode facilmente ser estendido para outros países, inclusive o Chile." O Chile, que importa quase todo o seu combustível e tem uma crescente demanda, tenta diversificar sua matriz energética, já que sofre frequentes interrupções no envio de gás natural por parte da Argentina, o único fornecedor.
Shannon, cuja visita ao Chile coincide com o Fórum Econômico Mundial na América Latina, disse estar consciente de que os EUA têm um problema de imagem na região, em parte devido à guerra do Iraque, mas que as atuais condições no subcontinente são muito favoráveis. "A região está num período muito dinâmico e muito efervescente, e acho que há muito interesse em estar aqui", afirmou ele, minimizando os atritos entre o governo Bush e os líderes de esquerda latino-americanos e defendendo uma abordagem multilateral.
Shannon disse, por exemplo, que Equador e Venezuela, onde há dois governos esquerdistas radicais, estão buscando suas próprias soluções diplomáticas. "Acho que o Equador está buscando um caminho para aperfeiçoar sua democracia e garantir sua capacidade de atender aos desafios econômicos e sociais", disse Shannon em espanhol. "Temos muito boas relações com o Equador." A Venezuela, cujo governo faz duras críticas às políticas dos EUA, mas continua sendo um grande exportador de petróleo para lá, se opôs fortemente ao acordo entre Washington e Brasília para a promoção dos biocombustiveis.
(Reuters, 25/04/2007)