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2007-04-26

Eu lhes darei uma questão, e vocês me dizem quem perguntou e por que foi significante. Pronto? Aqui vai:

 

“Sr. presidente, como você se classificaria como um ambientalista? O que sua administração fez especificamente para melhorar a condição do ar e abastecimento de água de nossa nação?” Você nunca adivinhará. Quem perguntou foi James Hubb, participante da audiência no segundo debate presidencial entre George W. Bush e John Kerry na Universidade Washington, em St. Louis, no dia 8 de outubro de 2004.

 

Qual a importância? Foi a única questão direta sobre energia ou políticas ambientais que foi feita em todos os três debates presidenciais de 2004. Difícil acreditar quando você pensa no significado desses assuntos hoje. É de duvidar o motivo pelo qual não temos nenhuma política de energia séria?

 

Não podemos cometer esse erro de novo. Nesse ciclo da eleição, precisamos realizar um “debate ambiental”, destinado somente às questões ambientais e de energia. Eu sugeriria a Universidade Tulane, em Nova Orleans, no dia 29 de agosto de 2007 – o segundo aniversário do Katrina. Isso iria dar aos candidatos, republicanos e democratas, todo o verão para desenvolver posições e daria aos eleitores todo o outono para examinar antes das grandes primárias em fevereiro de 2008.

 

Eu gostaria de ver cada candidato dos partidos serem questionados separadamente, para que eleitores republicanos e democratas possam focar em seus candidatos primários. O questionamento deveria ser feito por um painel de três pessoas, um cientista climático, um investidor de energia e um estudante universitário, já que jovens serão os mais afetados pelo aquecimento global.

 

Não podemos deixar fazendeiros promotores de etanol determinarem nossa política energética por virtude das primárias de Iowa. Por muito tempo, tudo que tivemos nesse país é politicagem de energia, não política de energia, e é por isso que nós temos essa confusão incoerente de sistemas de energia, padrões e combustíveis.

 

“Um novo diálogo começou nesse país – uma nova economia energética é o que as pessoas querem”, comentou Carl Pope, diretor do Sierra Club. Para chegar lá, entretanto, precisamos forçar políticos a começar a pensar ecologicamente como parte de nossa estratégia de segurança nacional, como um plano B para se desligar do Iraque e ainda dirigir uma reforma no Oriente Médio para uma oportunidade econômica, como um caminho para restaurar a liderança dos EUA, e uma resposta para o aquecimento global.

 

Como se dirigir a esses assuntos exigirão taxa de carbono, ou um sistema sério de trocas, ou maior quilometragem e padrões de eficiência – isto é, sacrifício – precisamos que nossos candidatos falem sobre tais coisas na campanha para que eles tenham um plano de ação se forem eleitos.

 

Um grupo de empresários ambientalistas, incluindo Andrew Shapiro, da GreenOrder, e Jesse Fink, do Marshall Street Management, criaram um site, GreenPrimary.org, para realizar fóruns on line onde, depois do debate ambiental, eleitores podem estudar as diferentes posições políticas dos candidatos e até mesmo votarem para o que eles acharem que é mais sério. “A campanha presidencial de 2008 apresentará a primeira oportunidade para um candidato nacional criar um assunto eleitoral sustentável e progressivo”, argumenta Shapiro.

 

Uma nova pesquisa publicada semana passada pela firma de pesquisas democráticas Greenberg Quinlan Rosner Research, conduzida pelo Centro para Progresso Americano, enfatiza que grandes maiorias de independentes (59%) e democratas (76%) apóiam uma ação agora para parar o aquecimento global e tornar os EUA independentes de energia, junto com um bloco significante de republicanos (41%).

 

“Somente 27% das pessoas acham que nossa política de energia está encaminhada na direção certa, enquanto 65% dizem que nossa política de energia está seriamente fora dos trilhos”, disse a empresa Greenberg. “Mais ainda, a maioria dos americanos (52%) acredita que os EUA está ficando para trás de outros países em desenvolver energia limpa e alternativa. Somente 14% das pessoas acreditam que lideramos o mundo no desenvolvimento dessas tecnologias”.

 

Eles estão certos. O maior problema da energia que temos agora na América é a força para liderar o assunto – de superar todos os interesses entrincheirados que nos amarrou em nós e deixou nosso país com que o especialista em energia Gal Luft chama de “soma de todos os lobbies”, ao invés da soma de nossas melhores práticas de energia.

 

A melhor maneira de superar isso é elevar o assunto durante a campanha a um nível que pressione todos a colocarem plataformas sérias de energia/ambiente na mesa e construir um verdadeiro plano para o próximo presidente.

(Por Thomas L. Friedman, The New York Times, 25/04/2007)

 

 


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