As palavras certamente serão mais suaves, mas o documento a ser apresentado hoje, sobre a primeira versão do zoneamento ambiental do Rio Grande do Sul, feito em dezembro pela Fepam, dirá que ele é incompleto, omisso, restritivo e cheio de ilegalidades. O parecer foi elaborado por um Grupo de Trabalho constituído por técnicos e reflorestadores e será entregue à secretária do Meio Ambiente, Vera Calegaro, que tomará a decisão final sobre o zoneamento, cujo atraso está prejudicando a implementação de projetos florestais e de celulose no Rio Grande do Sul. Por falta de licenciamento, mais de três milhões de mudas de eucalipto já foram destruídas, empregados foram demitidos e investimentos da ordem de R$ 4,2 bilhões estão ameaçados. O presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais, Roque Justen, disse, ontem (25/4), que espera uma decisão rápida das autoridades.
O presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, em palestra na Associação Leopoldina Juvenil, observou que, apesar dos grandes benefícios econômico-financeiros que o setor florestal traz ao País, é "o único que precisa de licença para plantar e licença para colher", enfrentando uma série de dificuldades com exigências municipais, estaduais e federais, um "verdadeiro cipoal de regulamentos". Só a Aracruz, que tem unidades florestais e de celulose também no Rio Grande do Sul, emprega mais de 96 mil pessoas no País e, em 2005, contribuiu com US$ 1,005 bilhão de divisas através de suas exportações.
(Informe Econômico - Danilo Ucha,
Jornal do Comércio, 26/04/2007)