A Controladoria Geral da União (CGU) prepara uma devassa em Organizações Não-Governamentais (ONGs) catarinenses que receberam dinheiro do governo federal nos últimos anos. O objetivo é averiguar suspeitas de irregularidades, como desvio de recursos ou sonegação de impostos, por exemplo.
Até agora, 14 ONGs foram selecionadas como alvo da fiscalização, trabalho que deve ser iniciado nas próximas semanas. São entidades que "caíram na malha" dos fiscais federais porque apresentaram "indícios de problemas", define Nivaldo Germano, chefe da CGU em Santa Catarina.
Germano não entrou em detalhes acerca da natureza dos "problemas" nem informou quais são as ONGs suspeitas, já que, segundo ele, os dados oficiais ainda não foram consolidados por Brasília.
- Em Santa Catarina a gente (CGU) vai ter que olhar umas 14 que caíram na malha - explica.
Embora não tenha revelado os nomes das organizações que apresentaram suspeitas de irregularidades, Germano adianta que entre as ONGs selecionadas para serem investigadas há entidades ligadas a políticos, cujos nomes também não informou.
O chefe da CGU informa que a seleção das ONGs suspeitas aconteceu após aplicação de "filtros" que foram instituídos no ano passado pelo governo federal, após a descoberta do esquema de venda superfaturada de ambulâncias - episódio conhecido como a Máfia das Sanguessugas.
No âmbito desta investigação, em Santa Catarina estão sofrendo auditoria 11 contratos feitos por oito prefeituras com a empresa Planam, da família de Luiz Antônio Vedoin, apontado como mentor do esquema de superfaturamento.
Até agora, informa Germano, apenas o processo de Mafra, no Planalto Norte, foi concluído - onde foi instaurado um inquérito pela Polícia Federal. Os relatórios da CGU devem ser divulgados apenas depois da conclusão das investigações de todos os casos.
(Por João Cavalazzi,
Diário Catarinense, 26/04/2007)