OS PRINCIPAIS CASOS ENVOLVENDO AMAZONINO MENDES.
2001-11-05
Há quatro anos, Amazonino se viu bombardeado por um de seus melhores amigos, o empresário Fernando Bonfim - que presidiu a Companhia Energética do Amazonas em seu primeiro governo. Bonfim dirigia a empreiteira Econcel, como testa-de-ferro do governador, e gravou uma conversa com Armando Mendes, filho de Amazonino. Na conversa, Armando exige a transferência das ações de Bonfim para outro amigo de Amazonino, Alexandre Auad Neto. - Eu era mesmo testa-de-ferro. Isso me dá uma certa vergonha, mas, a essa altura, não vou esconder o céu com a peneira. A ética foi para o espaço, reconheceu Fernando Bonfim. - A minha testa é bastante forte e não preciso da testa de ninguém, rebateu, à época, Amazonino Mendes. Criada no início de seu governo, a Econcel faturou grandes obras na gestão Amazonino, algumas delas superfaturadas, como a construção de um posto de fiscalização da Suframa por R$ 4 milhões. Segundo o auditor fiscal Serafim Corrêa, na obra não se gastou nem R$ 3 milhões.
Outro caso famoso com a participação de Amazonino Mendes foi a denúncia da compra de votos de deputados federais eleitos pelo Acre para votarem a favor do projeto que garantiu a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. - O Amazonino marcou dinheiro para dar 200 (mil) para mim, 200(mil) para o João Maia, 200 (mil) para a Zila e 200 (mil) para o Osmir, detalha o ex-deputado Ronivon Santiago, flagrado num grampo feito por um misterioso Senhor X. Os deputados envolvidos: João Maia, Zila Bezerra, Osmir Lima e Ronivon Santiago, todos do PFL, além de Chicão Brígido, do PMDB. O então governador do Acre, Orleir Camelli, seria o intermediário no pagamento da propina.
Amazonino Mendes teria recebido US$ 500 mil em uma conta bancária no exterior. A denúncia foi feita pelo empresário Juarez Barreto e o dinheiro seria parte de uma propina paga ao governador amazonense por conta da aquisição, pelo governo, de motores geradores de energia para a Companhia Energética do Amazonas (CEAM).
Amazonino firmou em fevereiro de 1990 um contrato de empréstimo em torno de R$ 1 milhão para se tornar sócio de empresários acusados de subornar dois fiscais da finada Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Eles são sócios da Ecopeixe, projeto financiado pela autarquia no Amazonas. O governador é apontado como suposto dono do projeto, pela deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). O contrato de crédito consta da declaração que o governador apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral em 1997. Trata-se de um crédito por contrato mútuo firmado com a construtora Exata, dos irmãos Otávio e Suheil Neves. O contrato significa uma participação acionária na construtora. Otavio e o sócio Jaime André Brun são mencionados em gravações feitas pela Polícia Federal nos últimos nove meses em telefones de supostos fraudadores da Sudam.
(O Paraense) .