Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) revelou que a alga do mar conhecida como Sargaço pode ser usada no combate ao lixo radioativo. A alga substitui a resina de troca-iônica, responsável pela atração de resíduos radioativos rejeitados por indústrias e laboratórios. O uso da alga do mar reduz em até 30 vezes os gastos realizados no combate a vazamentos e à contaminação em rios, lagoas e no solo. Segundo a universidade, 1kg da resina de troca-iônica custa de US$ 20,00 a US$ 600,00 enquanto que 1kg do Sargaço vale R$ 1.
De acordo com o professor Antônio Carlos Costa, do Instituto de Química da Uerj, o Sargaço é encontrado em grande quantidade no litoral nordestino e pode atrair esses elementos radiotivos e permitir seu acondicionamento em espaços reduzidos, diminuindo o risco ao Meio Ambiente.
Costa afirma ainda que a descoberta irá facilitar muito o trabalho do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). O órgão é responsável por examinar periodicamente amostras de solo, plantas, água e alimentos da região de Angra dos Reis para detectar possíveis vazamentos de usinas nucleares.
Indústrias metalúrgicas como a CSN e mineradoras, como a Vale do Rio Doce, também se beneficiarão com a descoberta. Elas produzem resíduos de metais pesados não radioativos, como chumbo, zinco e cádmio, e têm dificuldades em descartá-los, o que facilmente seria realizado com a alga do mar.
A pesquisa da Uerj é parte da dissertação de mestrado da aluna Marta Cristina Picardo, do Instituto de Química da universidade estadual e foi orientada pelo professor Antonio Carlos Augusto da Costa, da Uerj, e a pela professora Ana Cristina de Melo Ferreira, do IRD.
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Envolverde/Governo do Estado do Rio de Janeiro, 25/04/2007)