A superintendência regional do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) anunciou ontem (25/04) que a versão 2007 do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento, que entra em vigor no estado dentro de uma semana, contará com um banco de dados elaborado pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
A base de dados terá mapas e informações georreferenciais que poderão ser utilizados por todos os parceiros envolvidos nas operações coordenadas pelo Ministério do Meio Ambiente.
O diretor técnico operacional do Centro Gestor do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Robertura Ventura, explicou que a identificação das áreas desmatadas poderá ser feita com maior especificidade por meio do banco de dados compartilhado e com total apoio do Sipam, que fornecerá ainda informações de seus satélites e de suas aeronaves de sensoreamento remoto. “O Sipam fornecerá a interpretação dos dados dos satélites do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]", acrescentou.
O Ibama também passará a contar oficialmente em suas operações com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Exército, Receita Federal, Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério Público Federal, além das polícias militar e federal. Cada um dos novos parceiros, segundo a superintendência regional, contribuirá para a localização e a penalização dos crimes ambientais de desmatamento.
A taxa média de desmatamento no Amazonas, de acordo com o Ibama, corresponde a 120 mil hectares por ano – a autorização legal para exploração racional da terra é de apenas 5% desse total. O superintendente regional do Ibama, Henrique Pereira, informou que a partir das ações previstas pelo Plano Nacional de Combate ao Desmatamento, até o fim do ano a estratégia inclui aumento nas operações no sul do estado, na região conhecida como Arco do Desmatamento.
“As áreas mais críticas do Amazonas são o sul de Lábrea e o município de Boca do Acre, área de influência da BR-364 e da BR-317. As principais características do desmatamento nessas áreas nos últimos anos são a abertura de grandes áreas para a formação de pastagens e os conflitos pela posse dessas terras, que são de domínio público em sua maioria. Vamos atuar em todo estado, mas concentrar nossos esforços nos limites de fronteira entre o Amazonas, Rondônia e Acre, que são as áreas mais problemáticas”, explicou Pereira.
Sobre o desmembramento do Ibama, anunciado hoje pelo Ministério do Meio Ambiente, o superintendente disse que não são esperados impactos negativos nas ações realizadas no Amazonas: “A informação que recebemos dos nossos interlocutores nacionais é a de que apenas o setor que cuida das unidades de conservação será desmembrado. Por isso, outras ações devem continuar".
(Por Amanda Mota,
Agência Brasil, 25/04/2007)