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2007-04-26

    
Moradores do Bairro Goiânia B, na região Nordeste de Belo Horizonte, estão revoltados com o surgimento de um lixão gigantesco em terreno público federal, na Rua Aracy de Almeida, esquina com o Anel Rodoviário. Entulhos de construção civil com terra, areia, blocos de cimento e tijolos destruídos , galhos e raízes de árvores, além de variados tipos de lixo formam ambiente de sujeira que ameaça a saúde da vizinhança. Os montes de rejeitos despejados por caminhões basculantes em diferentes horários do dia e da noite já invadem parcialmente a via, que é a principal do bairro a partir de trecho remanescente da MG-05.

Além do péssimo aspecto visual, justamente ao lado de espaço dominado pelo mato e onde deveria haver uma praça, o mau cheiro domina o ar nas ruas do entorno, por causa da grande quantidade de lixo doméstico lançado, junto com animais mortos. A matéria orgânica apodrecida atrai bichos como ratos, camundongos, baratas, mosquitos etc. Os moradores se queixam ainda da poeira que invade as casas mais próximas, devido ao despejo e à concentração de terra. A comunidade cobra providências das autoridades, pois há a informação de que o bota-fora teria sido autorizado pela própria Prefeitura de BH. De acordo com denúncia de pessoa que não quis se identificar, parte do entulho teria sido lançado por caminhões pertencentes ao vereador Moamed Rachid.

O morador Rubem Gomes Ferreira reclamou que a Rua Aracy de Almeida está quase interditada pela sujeira do bota-fora, "justamente no momento em que o Goiânia B estava melhorando". No início, segundo ele, o local era reservado aos carroceiros e havia vigia da própria Regional Nordeste, que controlava a movimentação do material. "Ultimamente, entretanto, somente de vez em quando é trazida uma máquina do município para retirada parcial do lixo. Até raízes e tocos de árvores têm sido jogados no meio da rua".

"Depois de autorizar o bota-fora dentro de área cercada, há algum tempo, a regional controlava o fluxo de caminhões e de materiais despejados, além do trabalho de uma máquina sobre o aterro. Entretanto, o controle foi suspenso e qualquer sujeira é depositada aqui, de preferência durante a noite. É grande a quantidade de terra trazida, clandestinamente, pelos caminhões", reclamou Alexander Souza Santos, morador da Rua Aracy de Almeida.

Capim na praça

Ao lado do lixão, o capim cresce rapidamente no espaço que funcionaria como uma praça: "Meus pais, Sebastião Antônio, de 72 anos, e Nair de Souza, de 64, sentem falta de área de lazer no bairro. A área precisa ser limpa e ter pelo menos bancos para que os freqüentadores possam conversar tranqüilos", observa, lembrando ainda que a sua irmã, Alessandra de Souza Santos, pediu providências contra o lixão várias vezes junto à Regional Nordeste.

Assessores do vereador Moamed Rachid estranharam a denúncia de que haveria caminhões pertencentes ao parlamentar também despejando rejeitos no bota-fora da Rua Aracy de Almeida. "Desconhecemos qualquer relação entre o problema do bota-fora e veículos ligados ao nome do vereador, que não tem caminhões de entulho ou lixo. Além da carreira pública, ele atua nos setores de panificação e de gráfica. Nos bairros da região, incluindo o Nazaré, o Paulo VI e o Ribeiro de Abreu, circulam veículos (ambulâncias e Kombis) do vereador para prestar serviços de saúde à comunidade. Existe uma organização não-governamental (ONG) que desenvolve esse trabalho. Provavelmente, tal denúncia infundada tem objetivos políticos", informou a assessoria.

(Por Carlos Humberto Luz - Diário da Tarde, O Estado de Minas, 25/04/2007)

 

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