Seguindo os trilhos da Diplomacia dos Biocombustíveis, o embaixador do Brasil no Chile, Mario Villalva, escreveu um artigo para o jornal chileno El Mercurio, no qual faz uma defesa dos acordos brasileiros nessa matéria. "O Brasil está negociando acordos bilaterais sobre biocombustíveis com diversos países, com o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentável, reverter o impacto climático causado pelo efeito estufa e, dessa forma, proporcionar bem estar a toda a população do mundo", introduz.
O artigo foi estrategicamente publicado nesta quarta-feira (25/04), no dia da chegada do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Santiago. Sem mencionar diretamente a dependência chilena do gás argentino, o embaixador chama a atenção para o assunto que será parte de um dos acordos que o presidente Lula vai assinar com Michele Bachelet na próxima quinta.
"Para o Chile, os biocombustíveis também podem contribuir de maneira significativa com a redução da contaminação e com o desenvolvimento econômico. Além do mais, ao diversificar a composição de sua matriz energética, o país estará avançando na redução de sua dependência de combustíveis fósseis", afirmou. Na área comercial, continuou, "poderão se realizar sociedades entre empresas do Chile e Brasil com mira à comercialização de etanol em terceiros mercados, assim como criar joint ventures para a instalação de indústrias produtoras de biocombustíveis no Chile".
Para completar o dever de casa, o embaixador destacou que o "Brasil deseja que o conhecimento tecnológico adquirido por sua experiência seja compartilhado. Ao elaborar sua política relativa à bioenergia, portanto, Chile pode contar com a cooperação de Brasil. Chegou o momento de que nossos países aproveitem a oportunidade estratégica de implementação de um novo padrão energético, menos contaminante e capaz de promover desenvolvimento econômico e social".
Nesta quarta-feira acontece a reunião A Diplomacia dos Biocombustíveis, na qual são apresentados cenários e perspectivas para os biocombustíveis no mundo. O presidente Lula e os ministros Reinhold Stephanes, da Agricultura, e Dilma Rousseff, da Casa Civil, fazem pronunciamento no encontro. Devem falar também o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, e representantes do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, do Comitê de Agroenergia e Biocombustíveis da Sociedade Rural Brasileira, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
(Por Marina Guimarães, Estadão, 25/04/2007)