O grupo de países envolvidos nas negociações com o Irã sobre seu programa de enriquecimento de urânio pode pela primeira vez permitir que o país mantenha alguns de seus reatores ligados, disseram autoridades governamentais exteriores na terça-feira (24/04).
Em discussões na véspera do diálogo entre Ali Larijani, principal negociador iraniano, e Javier Solana, chefe de política exterior da UE, as autoridades destacaram a importância do assunto tratado por ser a primeira vez onde poderiam deixar de lado o impasse nuclear, concordando com uma nova definição do conceito de enriquecimento.
A recusa do Irã sobre o pedido do Conselho de Segurança - composto por EUA, Rússia, França, Reino Unido e China - para que o país parasse suas atividades de enriquecimento originou duas resoluções sancionando Teerã, a última em Março.
Mesmo que as punições sejam seletivas e relativamente moderadas, podem ser futuramente intensificadas se o Irã se recusar a cumprir. As potências dizem que suspeitas anteriores de atividades nucleares, incluindo o programa que o Irã manteve em segredo por duas décadas, fazem do país um caso especial.
Mas os iranianos argumentam que as sanções são ilegais, dizendo que tem o direito de enriquecer urânio para gerar energia. As suspeitas giravam em torno de que o urânio poderia ter sido enriquecido a níveis suficientes para ser utilizado em ogivas de mísseis nucleares. O último encontro pessoal entre Larijani e Solana foi a mais de seis meses. Solana pedia que o Irã suspendesse todas suas atividades nucleares, sem exceções. Os iranianos se recusaram.
(Associated Press, 25/04/2007)