EFEITO ESTUFA BENEFICIA AGRICULTURA DE PAÍSES EUROPEUS E ASIÁTICOS
2001-11-01
A viabilidade da agricultura depende de condições climáticas estáveis. Sem uma previsão, de um ano para o outro, quando e que variedade semear (uma vez que o clima está sofrendo grandes mudanças), têm-se, então, sérios problemas pela frente. Quando se observa o que indicam os atuais modelos de Circulação Geral da Atmosfera, pensa-se que as coisas continuarão como sempre foram, que estas mudanças não afetarão as pessoas. Segundo as projeções baseadas nestes modelos, as regiões em que a agricultura será mais severamente afetada pelas alterações no clima não serão as dos países desenvolvidos do Hemisfério Norte, que se encontram as médias e altas latitudes, nem as de países como a China. Serão, sim, as regiões em que estão a África, o Oriente Médio e a Índia. Na verdade, dizem que os países da Europa e dos países tropicais do Sudeste da Ásia serão beneficiados com o aquecimento do planeta, no mínimo, até a década de 2080. A afirmação é de que haverá maior quantidade de alimentos disponível - para aqueles que puderem comprá-los. Porém, os modelos que embasam esta visão conformista são mal fundamentados porque consideram a superfície do Planeta como se as pessoas não tivessem destruído grande parte de sua vegetação nativa. Estes modelos ignoram o impacto da agricultura sobre o funcionamento do clima. Ignoram, também, o impacto que o desmatamento de florestas tropicais causa nos Sistemas de Circulação de Ar do planeta e não levam em conta os rápidos e intensos processos de desertificação causados pelo desmatamento em regiões semi-áridas como o Sahel, na África. Além disso, estes modelos subestimam a influência da agricultura na emissão de gases que causam o Efeito Estufa e o efeito de tais gases na camada de ozônio. Também não levam em conta o desmatamento que pode ser causado por ondas de calor sucessivas e freqüentes e por outras alterações climáticas. (The Ecologist/18, 31/10)