Em iniciativa inédita no país, o Greenpeace, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e entidades ambientalistas lançaram ontem (24/04), em São Paulo, o documento Pacto de Ação em Defesa do Clima. O pacto identifica as ações a serem adotadas pelas empresas e governo e quer mobilizar a sociedade brasileira para reduzir os níveis de emissões de gases de efeito estufa no país, evitando que a elevação da temperatura média do planeta ultrapasse 2º Celsius em relação aos níveis pré-industriais.
O lançamento do compromisso público de defesa do clima foi feito durante a coletiva para jornalistas do 2o Congresso Ibero-Americano sobre Desenvolvimento Sustentável (Sustentável 2007), no auditório do Parque do Ibirapuera. O pacto é a primeira ação concreta de combate ao aquecimento global no país após a divulgação dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a partir de fevereiro.
"O desafio do aquecimento global exige ações urgentes e uma mudança no paradigma de desenvolvimento para o Brasil, garantindo crescimento econômico e sustentabilidade. Por isso a nossa decisão de se sentar na mesma mesa com representantes dos setores contra os quais eventualmente protestamos, e formar uma liderança de combate ao aquecimento global, atualmente inexistente no país", afirmou Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil.
As dez propostas de ações práticas contidas no documento incluem o fim do desmatamento e a garantia de maior governança nas florestas brasileiras, o estabelecimento de uma matriz energética brasileira baseada em fontes renováveis e a identificação das vulnerabilidades do país à mudança climática. Além disso, estabelece metas de redução de emissões, incentivos à eficiência energética e o desenvolvimento de um mercado nacional para energias limpas como solar, eólica, pequenas centrais hidroelétricas e outras.
"Aqueles que aderirem ao pacto e implementarem medidas efetivas para combater a mudança climática serão premiados pelos mercados, mas quem ignorar estas propostas e permanecer na inércia será penalizado por seus consumidores e eleitores", concluiu Furtado.
(
Greenpeace, 24/04/2007)