O turismo será incentivado no Parque Nacional da Serra da Canastra, na região da nascente do Rio São Francisco, no município de São Roque de Minas, a 322 quilômetros de Belo Horizonte, no Centro-Oeste do estado, com a realização de um curso de capacitação de monitores. A iniciativa é uma das primeiras do Plano de Turismo Sustentável da Bacia do São Francisco, lançado ontem, em Brasília, pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Diversas atividades serão feitas, com o objetivo de estimular a exploração do potencial turístico dos municípios ao longo da bacia do Velho Chico e, ao mesmo tempo, garantir a preservação ambiental. Estão previstas obras de infra-estrutura, como a pavimentação do acesso às unidades de conservação, e a criação de centros de documentação e de visitas. O programa tem como lema “É preciso conhecer para revitalizar”.
O coordenador da área de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Fernando Ferreira, lembra que a qualificação dos responsáveis pelo atendimento aos visitantes é uma das ações prioritárias do projeto. O ministério vai atuar em parceria com prefeituras da região e com a Universidade Federal de Lavras (Ufla). O curso na Serra da Canastra terá 40 participantes e começa em julho. Trabalho semelhante será feito nos parques nacionais da Serra do Cipó, na Região Central, e do Vale do Peruaçu, no Norte de Minas.
O plano prevê investimentos de R$ 13 milhões, que correspondem a 5% dos R$ 260 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados ao conjunto de intervenções para a revitalização do rio.
Será incentivada a visita a pontos turísticos situados ao longo do São Francisco, como as ruínas da Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, no distrito de Barra do Guaicuí, no município de Várzea da Palma, a 300 quilômetros de Belo Horizonte.
Segundo o escritor Luiz de Paula Ferreira, natural do município, as ruínas são um marco da colonização de Minas Gerais no século 17. O local foi usado como ponto de chegada dos bandeirantes paulistas, inclusive Fernão Dias, que viajou até o Norte de Minas à procura de esmeraldas. A igreja começou a ser construída por padres jesuítas, que teriam desistido de terminar a obra depois de um ataque dos índios.
(Por Luiz Ribeiro,
Estado de Minas, 24/04/2007)