Aumentar a produção de etanol e tornar o estado de São Paulo cada vez mais competitivo no mercado de biocombustíveis é o objetivo da Comissão Especial de Bioenergia que foi lançada oficialmente nesta terça-feira (24/04). Criado por meio de decreto, o projeto já havia sido publicado no Diário Oficial do Estado em 5 de abril.
A comissão deverá produzir um Plano de Bioenergia para São Paulo, analisando todas as etapas da cadeia produtiva do etanol. Serão levadas em conta as pesquisas sobre o setor, as tecnologias usadas, a infra-estrutura necessária para o bom desempenho da atividade e o impacto ambiental. A meta é manter São Paulo na liderança do país na produção do bicombustível.
“Precisamos juntar todas as análises e estudos para termos uma orientação para dar para São Paulo e o Brasil, uma vez que temos dois terços da produção de álcool (no país) e exportamos 75% desse produto”, disse o governador do estado, José Serra.
Uma das metas da comissão será realizar ações que garantam a produção, o transporte, a distribuição e o uso de fontes alternativas de energia de maneira sustentada e sustentável.
De acordo com o coordenador do projeto, o professor José Goldemberg, ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo, a produção de álcool no estado dobrou nos últimos 25 anos. E os números tendem a melhorar, diz ele.
“Em cada hectare, antigamente, se produziam 4 mil litros de álcool. Hoje, são oito mil. Nos Estados Unidos (EUA), em um hectare, eles produzem 3 mil litros de álcool a partir do milho (no Brasil, é por meio da cana-de-açúcar). Estou convencido de que nossa produtividade pode aumentar 30% em cinco anos”, apostou Goldemberg.
O incentivo à pesquisa está nos planos da equipe – integram a comissão diversas secretarias estaduais, como a de Desenvolvimento, Meio Ambiente, Agricultura e Energia, além de universidades– e Goldemberg não escondeu o desejo de competir em igualdade com os EUA.
Ele explicou que, assim como o país norte-americano, o Brasil busca produzir o etanol também a partir da celulose. “Se isso pudesse ser feito, seria uma maravilha. É claro que os Estados Unidos estão tentando aumentar a produção dos 3 mil litros, mas queremos correr mais depressa do que eles”.
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A Tribuna Digital, 24/04/2007)