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semi-árido gestão dos recursos hídricos
2007-04-24
No dia 17 de abril, a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) lançou o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), na comunidade Lajedo de Timbaúba, no município de Soledade, a aproximadamente 71 km de Campina Grande (PB). A partir do acesso e do uso da terra e da água de maneira sustentável, o programa pretende promover a segurança alimentar e a geração de renda de agricultores e agricultoras familiares.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisas e Economia Aplicada (Ipea), mais da metade da população do Semi-Árido sofre de fome e de má-nutrição. Além disso, essa é a região com maior concentração de agricultores familiares, que são prejudicados com as políticas públicas de acesso à água comuns na região. Segundo dados da ASA, essas políticas são “baseadas na construção de grandes obras hídricas espacialmente concentradas e geralmente alocadas nas proximidades das grandes fazendas, gerando concentração de poder nas mãos dos fazendeiros e dependência econômica e política das famílias agricultoras (...)”.

Desenvolvido em parceria com a Petrobras e Fundação Banco do Brasil, com apoio da Rede de Tecnologia Social (RTS), o programa busca incentivar a autonomia e a ação de agricultores e suas organizações em prol do desenvolvimento sustentável da região. Através de redes, fóruns e articulações, os agricultores poderão trocar experiências e idéias. Além disso, também visitarão as propriedades uns dos outros, na mesma comunidade, município e/ou estados vizinhos para troca e socialização de conhecimentos.

“Estes processos, que estamos chamando de intercâmbios de trocas, têm como fundamento a construção do conhecimento a partir de experiências em curso, tendo como pressuposto a socialização e a troca de conhecimentos, de forma horizontal e socialmente construída”, explica Antonio Barbosa, coordenador pedagógico do P1+2.

O projeto terá início em 60 municípios dos estados de Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Nesta fase, mais de três mil famílias estarão envolvidas em atividades de formação. Ao mesmo tempo, estima-se que cerca de 800 famílias serão beneficiadas diretamente com experiências baseadas em quatro tecnologias de captação de água para a produção de alimentos: tanque de pedra, barragem subterrânea, cisterna calçadão e barreiro trincheira.

Essas tecnologias foram desenvolvidas pelos próprios agricultores na região e mostram que é possível conviver com o Semi-Árido através do uso de alternativas simples, baratas e eficazes. O tanque de pedra ou caldeirão funciona como um reservatório de água das chuvas para uso humano, animal e agrícola. Já a barragem subterrânea aproveita as águas das enxurradas e de pequenos riachos disponíveis na região. A cisterna calçadão, por outro lado, capta água das chuvas que escorre dos desníveis do terreno ou de áreas pavimentadas. Enquanto isso, a barreira trincheira é utilizada para armazenar água para os animais e para complementar o abastecimento de cultivos anuais.

A valorização do conhecimento popular é uma das principais características do programa, que nasceu justamente a partir de processos e estratégias de convivência com o bioma. “Portadores de um vasto saber, adquiridos a partir da observação na natureza ao longo dos tempos, homens e mulheres aprenderam a arte de conviver com o meio ambiente olhando os ciclos das chuvas, o comportamento de plantas e dos animais e as características de clima e solo, favorecendo a estocagem de água para consumo da família (cisternas, poços), dos animais e das plantas (barreiros, tanques de pedra, barragens sucessivas, caldeirões, barragens subterrâneas, entre outras), a estocagem de comida (bancos de sementes, paiol, armazéns etc.) e forragem pros animais (pastagens nativas, silos, fenos e outras)”, contou Barbosa.

O modelo de desenvolvimento rural proposto pelo programa é baseado na agroecologia e incentiva uma nova maneira de ver e lidar com o Semi-Árido. Para Barbosa, um dos principais desafios da ASA e de suas organizações é transformar este programa numa “política pública capaz de fazer frente às saídas mirabolantes apresentadas ao Semi-Árido, a exemplo da transposição do Rio São Francisco”.

As experiências conhecidas e selecionadas pelos agricultores serão sistematizadas em 57 boletins, que terão uma linguagem simples e contribuirão para troca de informações entre os agricultores, a sociedade e as organizações sociais.

(Por Joana Moscatelli, Envolverde/Rets, 24/04/2007)


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