A esterilidade causada pela poluição tornou-se uma das maiores ameaças à sobrevivência do esturjão chinês, espécie que pode desaparecer em 10 anos de seu habitat no rio Yang Tsé. De acordo com Liu Denghong, do Instituto de Pesquisa sobre o Esturjão Chinês, os poluentes tiveram impacto na fecundidade e causaram um significativo desequilíbrio de gêneros.
– As gônadas se degeneraram e a vida do esperma, que costumava ser de até 30 minutos, é agora de menos de cinco minutos – afirmou. Atualmente, apenas 500 exemplares desta espécie pré-histórica vivem no rio mais longo do país asiático e um dos mais poluídos do mundo, apesar das campanhas de repovoamento realizadas com peixes criados em cativeiro desde 1983.
A última, e uma das maiores, foi realizada no domingo, quando foram libertados em 11 pontos da corrente do rio 110 mil exemplares de esturjão. Os especialistas acreditam que esta campanha terá melhores resultados que as anteriores. – Os exemplares soltos foram criados em águas com uma qualidade semelhante à do rio, e devem se adaptar em breve – disse Li Luoxin, especialista do Instituto de Conservação do rio Yang Tsé, citado pela agência oficial "Xinhua".
Caso a situação não mude, o esturjão chinês (Acipenser sinensis), que existe há mais de 140 milhões de anos, seguirá o caminho de um tipo de golfinho cuja extinção funcional foi anunciada há alguns meses. Outras espécies enfrentam o mesmo risco no Yang Tsé, que recebe 3 mil toneladas de águas residuais todos os dias e cujo nível de água diminuiu de forma alarmante nos últimos tempos.
(Efe, 23/04/2007)