O Secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, participou quinta-feira (19/04) de uma mesa redonda organizada pela Academia Paulista de Letras, com o objetivo de apresentar os desafios imediatos do meio ambiente à comunidade intelectual de São Paulo. O presidente da Academia, José Renato Nalini, anunciou a intenção da Academia de realizar um concurso para estudantes sobre ficção, relacionada ao meio ambiente, como forma de disseminar a preocupação com a preservação e recuperação ambiental.
“Tenho certeza que a mensagem deixada pelo secretário vai suscitar reflexões profícuas entre nossos intelectuais, colaborando para a elaboração do concurso que vamos realizar. Esperamos que esse concurso contribua para que os estudantes percebam o meio ambiente de forma transversal e não apenas como uma disciplina” concluiu Nalini.
Graziano falou sobre os 21 projetos ambientais estratégicos, dando destaque a questão das mudanças climáticas e ressaltando a necessidade da realização de estudos ordenados, integrando os trabalhos de vários cientistas, sobre as conseqüências que este processo está causando no ambiente do Estado. Abordou também a problemática da água, da biodiversidade e da poluição do ar.
“Penso que até o final deste século estaremos com um mundo mudado, um mundo novo. Acredito que vamos chegar a uma espécie de humanismo ecológico. Chegamos num ponto em que a tecnologia está sendo mortífera para a natureza, precisamos criar uma nova ética, com novos padrões sociais” concluiu o secretário.
Presente ao debate, Paulo Nogueira-Neto, presidente da Fundação Florestal, elogiou a explanação de Graziano por não ter sido carregada do alarmismo habitual e destacou o poder de recuperação da própria natureza. Para Nogueira Neto é preciso erradicar a miséria do planeta, como forma de equilibrar a densidade demográfica. Dando oportunidade de educação, alimentação e saúde a todos, haverá equilíbrio social e maior consciência na exploração ambiental.
O ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Crodowaldo Pavan, também acha importante a erradicação da miséria, considera porém, ser primordial estabelecer o controle de natalidade no mundo todo. “50% da população humana passa por falta de alimento, educação e saúde. Pessoas nessas condições não atingem o nível de raciocínio integral e não tem consciência para contribuir com o controle demográfico. Ao mesmo tempo, o Homem é um parasita do meio ambiente e não respeita o seu hospedeiro e todos os parasitas que não respeitam o hospedeiro são eliminados” sentenciou.
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Cetesb, 19/04/2007)